Verão e férias aquecem as vendas de materiais de construção
A procura nas lojas para esse período de verão é maior por pisos, revestimentos e ferramentas para pintura
Aumentou a procura por insumos para construir ou reformar no mês de junho, segundo os lojistas paraenses. O crescimento nas vendas acontece apesar da elevação do custo médio da construção civil no Estado. A chegada da época de veraneio, em julho, quando as pessoas costumam visitar com mais frequência suas casas de praia, somado ao fato das chuvas começarem a se atenuar a partir de junho, são os responsáveis pelo avanço das vendas no setor de edificações.
No último dia 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) divulgou o balanço do mês anterior para o custo médio da construção civil no Pará. Houve um aumento de 1,38% em maio, na comparação com abril deste ano, enquanto que a variação para os cinco primeiros meses de 2021 foi de 7,63%, por metro quadrado.
Para aqueles que decidirem construir ou reformar precisarão disponibilizar cerca de R$ 1.300,00 para cada metro quadrado da construção, de acordo com o IBGE.
Daniel Nolasco, 40 anos, que possui uma empresa de materiais de construção, percebeu o crescimento na procura no mês junho. “Nesse período, as pessoas tendem a reformar, ampliar e fazer manutenções necessárias. A partir de junho as vendas aumentam, porque é quando o nosso inverno amazônico arrefece e quem vai fazer obras mais complexas acaba preferindo esse período para não ter perda de material”, comenta.
A procura nas lojas para esse período de verão é maior por “pisos, revestimentos e ferramentas para pintura, que são produtos de maior valor agregado. Por isso, realizamos promoções focadas em argamassas e rejuntes, que são produtos que ajudam a chamar o cliente para a loja”, afirma Daniel.
O universitário Matheus Freire, de 26 anos, é uma dessas pessoas que aguardaram a chegada do mês de julho para modificar seus imóveis. Ele está reformando a casa que herdou do pai, Francisco Freire, no município de Ourém. A compra dos materiais para a construção está sendo realizada na própria cidade que, segundo ele, no geral, os preços são menores do que na capital e reclama do aumento expressivo que houve nos últimos anos nos preços dos insumos básicos da construção.
“Há dois anos, eu comprava uma saca de cimento a R$20, hoje está custando cerca de R$40. A única coisa que não pesou muito no meu bolso foi o tijolo, porque em Ourém possui fábricas de cerâmicas, então o valor no interior é menor do que o valor na capital. Percebi uma diferença muito grande de valores no preço do cimento, da lajota e dos ferros, além do tijolo por conta da facilidade de produção”, relata Matheus.
Essa percepção do universitário se confirma com os dados do estudo do IBGE que apontaram uma variação de 17,98%, o metro quadrado para construção dos últimos doze meses - de maio de 2020 a maio de 2021.
O jovem deseja investir no aluguel do imóvel após a conclusão das obras, para isso comprou aos poucos o material necessário, realizando o parcelamento de 50% dos itens e os outros 50% foram pagos à vista. Essa foi a forma mais adequada que o locatário encontrou para não comprometer demais a sua renda. “Eu estava juntando dinheiro para conseguir fazer essa reforma e no ano passado, quando eu arranjei um emprego, pude ter condições de começar a comprar os materiais necessários para o início das obras agora em julho”, declara.
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