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Vendas do Dia dos Pais ainda estão fracas em Belém

No comércio e nos shoppings, a perspectiva dos comerciantes é de que a lucratividade neste ano não vai ultrapassar a de 2019

Roberta Paraense

A recessão econômica ocasionada pelo novo coronavírus pode impactar diretamente nas comemorações do Dia dos Pais desde ano. É que a data que abre o período de bons faturamentos no varejo no segundo semestre, em 2020, não será de presentões. Faltando uma semana para o festejo, muitos filhos ainda não garantiram os presentes e seguem à procura do tradicional ‘bom, bonito e barato’, mesmo estando no início de mês com os salários caindo nas contas. No comércio e nos shoppings, o movimento de vendas ainda é tímido e a perspectiva dos comerciantes e lojistas é de que a lucratividade neste ano não ultrapasse a de 2019.

Nesta segunda-feira (3), a procura pelos presentes no centro comercial de Belém e em um shopping localizado às margens da BR-316, em Ananindeua, ainda era fraca. Os filhos seguiam na fase da pesquisa, como foi o caso da universitária, Tayana Albuquerque, de 26 anos. “Separei, em média, uns R$ 100 para presente este ano. Mas, desse dinheiro vou comprar ao marido, para nossa filha de 3 anos dar o presente e também e para o meu pai. Estou tentando achar uma blusa, algo mais simples, porém, com muito carinho”, contou.

A administradora Maria Alves Lima, de 46 anos,  buscava por presentes com baixo custo. “Depois de mais de três meses isolados, eu e minha família passamos duas semanas em Mosqueiro. Tivemos um gasto alto com gasolina e alimentação.  E com isso, a ideia é fazer um almoço no domingo e o presente será algo mais simbólico. Uma camisa, uma sandália, um sapato, nada além das possibilidades atuais”, disse Maria, que na hora da decisão, optou por levar uma sandália para presentear o seu pai.

O fisioterapeuta Rafael Tavares, de 35 anos, também foi ao centro comercial nesta segunda-feira. Ele já sabe o presente que vai agradar o seu pai no próximo domingo. “Vou comprar um relógio. É algo que ele já tem bastante, mas que sempre gosta de ter mais. Neste momento, estou fazendo uma procura, pesquisando as marcas, os preços. Apesar da recessão econômica, o meu ramo de trabalho não foi muito afetado com a pandemia. Por isso, já tinha uma reserva para comprar o presente do meu pai este ano”, explicou Rafael.

O fisioterapeuta é pai de um menino de 5 anos. No próximo domingo, ele espera receber um presente com muita criatividade. “Meu filho é muito criança, e sempre a mãe dele é que faz a surpresa. Este ano, vou aguardar o que ela está reservando para esta data que é muito especial aos pais e filhos”, comentou Rafael que vai seguir com as buscas para o presente ao longo da semana.  

No shopping de Ananindeua, pouco depois de sua abertura, por volta das 11h, o movimento seguia tranquilo. Nas vitrines, poucas foram as ofertas e propagandas direcionadas à data. A auxiliar de cozinha, Kelly Zeen, de 24 anos, não tem mais pai. Mas, ela já foi às compras no local para procurar o presente do marido. “Tenho uma filha de 8 anos, e neste ano, nada vai passar de R$100. Estou procurando uma lembrança, uma blusa, uma sandália, algo assim para a data não passar em branco”, disse.    

Comércio

A empresária de jóias Laize Priscila Costa, de 24 anos, não está otimista com as vendas, em comparativo ao ano passado. Ela tem uma loja no comércio de Belém, e afirma que mesmo com a flexibilização das atividades econômicas, muitas pessoas ainda preferem não sair e casa para ir ao comércio. “Já tenho três pedidos de presentes para o Dia dos Pais. Comparado ao ano passado, a procura é pouca. Em 2019, atingimos as vendas semelhantes ao Dia das Mães. Neste ano, com a pandemia, as pessoas estão fazendo pedidos, mas não tanto”, afirmou.  

Faltando uma semana para a data, ela contratou apenas três pessoas para auxiliar com a demanda. “Para fazer a entrega, chamei as ajudantes. As pessoas estão voltando das praias e balneário esta semana. Mas, muita gente se preserva, não se arrisca na aglomeração. Então, esse ano, as vendas serão bastante pela internet e de produtos com preços menores”, avaliou.

A vendedora de uma loja de cosmético no shopping da BR -316, também diz que até esta segunda-feira, as vendas para a data, ainda não estavam aquecidas. “Essa ano vamos encontrar barreiras devido ao coronavírus. Mas isso, é normal, já que as pessoas perderam os empregos e as rendas. Cremos que daqui para sexta-feira, o mercado aqueça e as vendas decolem. O custo deverá ser de presentes entre R$ 50 e R$ 100”, finalizou. 

Avaliação

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Álvaro Cordoval, acredita que neste ano, as vendas para a data não devam superar os números do ano passado, no entanto, estima que com o mercado aquecendo, o Dia dos Pais não deva passar em branco. “A data não é como o Dia das Mães. Os presentes devem ficar no meio termo do presentão e do presentinho. Se ficarmos com o mesmo patamar de vendas de 2019, estaremos bem”, observou.

Cordoval acredita que o pior da crise econômica já passou. “O mercado voltou a aquecer. E vamos ter esse reflexo na venda para o Dia dos Pais. Nesta data, há bastante procura por roupas, sapatos, acessórios como cintos e carteiras e os produtos eletrônicos, em especial, os celulares. De fato, estamos acreditando em um bom Dia dos Pais”, finalizou o presidente da CDL. 

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