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Varejo brasileiro tem queda de 1,5% em agosto, mas Pará apresenta leve alta de 0,4%

Dados são do Índice do Varejo Stone (IVS) divulgados nesta quarta-feira (10) 

O Liberal

O varejo brasileiro teve queda de 1,5% em agosto deste ano. É o que aponta o Índice do Varejo Stone (IVS), divulgado nesta quarta-feira (10). Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 3,3%. A região Norte, no entanto, se destacou novamente, com quatro dos seis estados com crescimento no comparativo mensal. Entre eles, o Pará ficou em 4º lugar com alta de 0,4%, em agosto.

O Índice do Varejo Stone acompanha mensalmente a movimentação do varejo no país com o objetivo de mapear os dados de pequenos, médios e grandes e grandes varejistas. Nesta quarta-feira, o Stone aponta que, no recorte regional, apenas seis estados cresceram. O Pará figura na 4ª posição com o resultado positivo de 0,4%, à frente de São Paulo (0,6%) e Roraima (0,5%), e atrás do Amapá com alta de 3,2%, Tocantins (1,9%) e Mato Grosso (1,7%).

Norte segue com varejo aquecido

“Na análise regional de agosto, o Norte se destacou novamente, indicando que a atividade varejista segue mais aquecida na região. O Sudeste teve comportamento misto, com pequenas altas e quedas, enquanto o Centro-Oeste registrou desempenho negativo em dois dos três estados, mais o Distrito Federal, como a única exceção de Mato Grosso, refletindo menor dinamismo. Já as regiões Sul e Nordeste apresentaram queda generalizada, com os estados registrando as maiores retrações do país, evidenciando que o ambiente econômico ainda segue desafiador nessas localidades”, explica o economista e cientista de dados da Stone, Guilherme Freitas.

Conforme o IVS, todos os demais estados registraram retração. O destaque ficou para o Rio Grande do Sul com a maior queda (7,1%), seguido por Rio Grande do Norte (6,4%), Sergipe (5,9%), Santa Catarina (5,4%), Alagoas (5,3%), Paraíba (4,7%), Pernambuco (4,6%), Rondônia (4%), Goiás (3,9%), Mato Grosso do Sul (3,4%), Paraná (2,7%), Amazonas (2,6%), Rio de Janeiro (2,2%), Bahia (2,1%), Espírito Santo (1,9%), Distrito Federal (1,7%), Acre (1,6%), Minas Gerais (1,1%), Maranhão, Piauí e Ceará (0,9%).

“A queda nas vendas de agosto evidencia o enfraquecimento do comércio varejista, em linha com sinais mais claros de desaceleração da economia”, avalia Guilherme Freitas. Ele acrescentou: “o mercado de trabalho vem perdendo dinamismo, com admissões crescendo em ritmo menor do que o de desligamentos, ao mesmo tempo em que o elevado comprometimento da renda das famílias com dívidas continua restringindo o consumo. Embora a inflação apresente alguma moderação, esse movimento tem ocorrido muito mais pela perda de fôlego da atividade do que por avanços estruturais”.

‘Economia brasileira está acomodada’, diz economista do IVS

O resultado negativo deste mês, diz o economista, mostra que a economia brasileira segue em processo de acomodação, e não de retomada. “A continuidade dessa trajetória dependerá da evolução do mercado de trabalho e, principalmente, do mercado de crédito, que, com taxas de juros reais elevadas, tem sido um limitador da demanda interna”.

Considerando o mês de agosto passado, sete dos oito segmentos analisados registraram queda. O único resultado positivo foi do setor de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo, com alta de 1,7%.

Entre os resultados negativos, tiveram queda os setores de Material de Construção (4,3%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (3,6%), Combustíveis e Lubrificantes (1%), Artigos Farmacêuticos e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,7%), Tecidos, Vestuário e Calçados e Móveis e Eletrodomésticos (0,3%).

No comparativo anual, todos os oito segmentos analisados apresentaram queda. O pior resultado foi registrado pelo setor de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (6,8%), seguido por Móveis e Eletrodomésticos (6,7%), Material de Construção (5%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (3,1%), Tecidos, Vestuário e Calçados (2,1%), Artigos Farmacêuticos (1,9%), Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (1,1%) e Combustíveis e Lubrificantes (0,5%).

Sobre o IVS

O Índice do Varejo Stone acompanha o varejo no país e divulga um retrato do setor nacional, para orientar estratégias empresariais e decisões de investimento. O estudo tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos. Na metodologia, são consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo.