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UE prepara represálias contra tarifas dos EUA, mas ainda aposta em acordo

Com apoio de 26 países do bloco, pacote de até 93 bilhões de euros está pronto para ser ativado em agosto, caso as negociações fracassem

AFP

A União Europeia (UE) decidiu, nesta quinta-feira (24), demonstrar sua força ao aprovar um pacote de represálias contra tarifas planejadas pelos Estados Unidos, mas afirmou que ainda acredita na possibilidade de um acordo negociado.

Um porta-voz da Comissão Europeia, braço executivo do bloco, declarou que um entendimento entre Bruxelas e Washington “está próximo”, o que evitaria uma escalada tarifária de consequências imprevisíveis.

“No que diz respeito a um acordo ou a um resultado, acreditamos que tal resultado esteja próximo”, afirmou o porta-voz de comércio da Comissão, Olof Gill.

A fala ocorreu pouco depois de 26 dos 27 países-membros da UE apoiarem um pacote de medidas retaliatórias, que poderá ser acionado caso as negociações com os EUA não avancem. A única exceção foi a Hungria, que se opôs à proposta.

O pacote aprovado prevê represálias no valor de cerca de 93 bilhões de euros (aproximadamente US$ 109 bilhões ou R$ 605 bilhões), que poderão entrar em vigor a partir de 7 de agosto, caso não haja um acordo.

Entre os setores que podem ser afetados estão os de produtos aeronáuticos, químicos e farmacêuticos, conforme lista elaborada por autoridades europeias.

Segundo fontes diplomáticas, o bloco também estuda medidas específicas para o setor de serviços, que poderiam atingir empresas de tecnologia e instituições financeiras dos Estados Unidos.

O pacote aprovado nesta quinta-feira também inclui uma resposta de cerca de 21 bilhões de euros (R$ 136 bilhões) às tarifas americanas sobre aço e alumínio da UE, já em vigor.

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“Bazuca” europeia como ferramenta de dissuasão

As contramedidas da UE são uma resposta à tarifa geral de 30% que os EUA pretendem impor a produtos europeus, conforme indicaram diplomatas do bloco. A intenção, segundo eles, é que o pacote funcione como instrumento de pressão e não como fator de escalada do conflito.

Desde que o presidente americano, Donald Trump, anunciou uma política comercial mais agressiva, com tarifas pesadas sobre produtos importados, a União Europeia tem buscado negociar uma solução para evitar uma guerra comercial.

O comissário europeu de Comércio e negociador-chefe do bloco, Maros Sefcovic, tem feito diversas viagens a Washington e mantém diálogo constante com autoridades americanas.

Ainda assim, países como Alemanha e França vêm pressionando por uma resposta firme diante das ameaças dos EUA.

Entre os instrumentos disponíveis está o chamado Mecanismo Anticoerção — apelidado em Bruxelas de “bazuca” —, adotado em 2023. Ele autoriza a UE a impor tarifas e restrições ao acesso de países terceiros ao mercado europeu, com o objetivo de dissuadir práticas comerciais coercitivas.

Segundo Gill, esse mecanismo “é o dissuasor mais poderoso” à disposição do bloco e, desde sua criação, ainda não foi ativado.

As contramedidas da UE são uma resposta à tarifa geral de 30% que os EUA pretendem impor a produtos europeus, conforme indicaram diplomatas do bloco. A intenção, segundo eles, é que o pacote funcione como instrumento de pressão e não como fator de escalada do conflito.

Desde que o presidente americano, Donald Trump, anunciou uma política comercial mais agressiva, com tarifas pesadas sobre produtos importados, a União Europeia tem buscado negociar uma solução para evitar uma guerra comercial.

O comissário europeu de Comércio e negociador-chefe do bloco, Maros Sefcovic, tem feito diversas viagens a Washington e mantém diálogo constante com autoridades americanas.

Ainda assim, países como Alemanha e França vêm pressionando por uma resposta firme diante das ameaças dos EUA.

Entre os instrumentos disponíveis está o chamado Mecanismo Anticoerção — apelidado em Bruxelas de “bazuca” —, adotado em 2023. Ele autoriza a UE a impor tarifas e restrições ao acesso de países terceiros ao mercado europeu, com o objetivo de dissuadir práticas comerciais coercitivas.

Segundo Gill, esse mecanismo “é o dissuasor mais poderoso” à disposição do bloco e, desde sua criação, ainda não foi ativado.

Com informações da AFP