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Quanto custa montar um enxoval de bebê? Especialista explica como economizar e evitar erros comuns

Empresária do ramo diz que os valores variam conforme o orçamento, explica os erros que mais pesam no bolso e como planejar as compras para não se endividar

Gabi Gutierrez

Montar o enxoval do bebê é um dos momentos mais especiais — e também mais desafiadores — da gestação. Com tantos produtos disponíveis e uma enxurrada de tendências nas redes sociais, muitas famílias acabam gastando além do necessário. Segundo Sheylâ Càrdella, empresária e dona de uma loja especializada em artigos para bebês no bairro do Reduto, em Belém, é possível montar um enxoval completo a partir de R$ 7 mil, com todos os itens básicos para os primeiros meses de vida do bebê.


“O céu é o limite. Temos berços a partir de R$ 550 e outros de R$ 5.700, feitos em madeira maciça. Tudo depende do orçamento e do estilo de cada família”, explica Sheylâ.

Quanto custa um enxoval completo em Belém?

De acordo com a empresária, um enxoval básico, com móveis, roupas e acessórios essenciais, pode ser montado por cerca de R$ 7 mil. Esse valor inclui:

  • Berço básico – a partir de R$ 550
  • Cômoda de apoio – entre R$ 600 e R$ 700
  • Poltrona de amamentação – em torno de R$ 700
  • Carrinho com bebê conforto – a partir de R$ 1.000
  • Roupinhas e enxoval de quarto – entre R$ 2.000 e R$ 3.000

Já para quem quer investir em um enxoval mais elaborado, com design, produtos importados e tecidos premium, os valores podem chegar a R$ 20 mil ou até R$ 30 mil.
“Há quem queira o melhor de cada categoria: o carrinho mais moderno, o berço de designer, o lençol de algodão egípcio. Esse público existe e cresce”, conta Sheylâ.

Itens indispensáveis do enxoval do bebê

Sheylâ destaca que, antes de pensar em estética, é importante focar na funcionalidade e segurança. Entre os itens considerados indispensáveis estão:

  • Berço 
  • Cômoda de apoio (para guardar roupas e utensílios)
  • Poltrona de amamentação
  • Carrinho com bebê conforto
  • Banheira
  • Cadeira de descanso
  • Cadeira para introdução alimentar
  • Roupinhas básicas (macacões, bodies, meias e mantas)
  • Itens de higiene e alimentação (mamadeiras, chupetas, babadores e toalhas)

“Esses itens garantem conforto e praticidade para a mãe e o bebê. A partir daí, dá para personalizar conforme o gosto e o bolso”, ressalta a empresária.

Itens mais caros e mais baratos do enxoval

Os móveis e o carrinho costumam representar a maior parte do investimento. “São peças que exigem certificação, durabilidade e segurança. Por isso, têm custo mais elevado”, explica Sheylâ.

Já entre os itens mais acessíveis estão as roupinhas básicas — que variam de R$ 30 a R$ 200, dependendo da qualidade do tecido — e os produtos de higiene, como fraldas e mamadeiras.

Erros que fazem as mães gastarem mais

De acordo com Sheylâ, o maior erro das mães é tentar copiar a realidade de outras famílias ou das celebridades.“Muitas vezes, a mãe compra produtos só porque viu uma blogueira usando, sem considerar se aquilo realmente se adapta à rotina dela. Cada bebê tem uma necessidade, e cada mãe também”, alerta.

Outros equívocos comuns incluem:

  • Deixar para comprar tudo de última hora, o que limita o tempo de pesquisa e comparação de preços.
  • Focar apenas na estética, sem considerar a durabilidade e a funcionalidade.
  • Não planejar financeiramente os gastos do enxoval.

Segundo a especialista, o ideal é dividir o investimento ao longo da gestação, evitando que tudo pese de uma vez. “Se você tem um orçamento de R$ 7 mil, pode separar cerca de R$ 800 por mês durante os nove meses de gestação. Isso torna o processo mais leve e organizado”, recomenda.

Como economizar na montagem do enxoval

Para quem quer economizar sem abrir mão da qualidade, Sheylâ recomenda algumas estratégias:

  1. Planejar com antecedência – Comece as compras o quanto antes, se programe e procure sempre se antecipar.
  2. Pesquisar e comparar – Verifique as opções de um mesmo item em diferentes marcas.
  3. Comprar tudo em uma loja só – “Quanto mais itens você concentra no mesmo lugar, mais margem para negociar descontos e condições à vista você tem”, ensina a empresária.
  4. Priorizar o essencial – Deixe os itens supérfluos para depois que o bebê nascer, quando as reais necessidades começam a aparecer.
  5. Montar uma reserva financeira – Separar mensalmente um valor para o enxoval ajuda a evitar o uso do cartão de crédito ou endividamento.

Planejamento é a chave

A empresária também observa uma tendência crescente de planejamento financeiro antes da gestação, especialmente entre casais que recorrem à fertilização in vitro. “Esses são os que mais se organizam, criando uma espécie de poupança do bebê”, comenta.

No entanto, ela reconhece que a maioria das gestações ainda não é planejada, o que torna o processo mais desafiador. “Muitos casais se veem tendo que se virar e acabam parcelando tudo. O ideal seria começar a guardar dinheiro meses antes, como se faz com um casamento ou a compra de um carro”, pontua a empresária.

Montar um enxoval completo não precisa ser sinônimo de endividamento. Com planejamento, foco nos itens essenciais e escolhas conscientes, é possível garantir conforto e segurança ao bebê sem comprometer o orçamento familiar.

“O enxoval é um investimento com custo-benefício de longo prazo. Um bom berço e um bom carrinho duram anos, no mínimo 4 anos. Mais do que o valor, o importante é o cuidado e o amor dedicados a esse momento”, conclui Sheylâ Càrdella.

Para os pais, organização é prioridade!

Giordanna Pinheiro é mãe da Isabela, de 6 meses, e conta que começou a se organizar com antecedência pra chegada da filha. Na hora das escolhas, junto com o namorado, pai de Isabela, ela priorizou produtos funcionais e com bom custo-benefício, sempre com muita pesquisa. "Acho que o segredo de montar o enxoval é pesquisar, porque sempre tem um lugar mais barato que o outro", explica. Ela ainda detalha que o financeiro também é necessário organizar: "Reservamos limite no cartão e guardamos dinheiro para comprar a grande maioria de uma vez. Algumas coisas fomos comprando aos poucos".

Para ela, como mãe de primeira viagem, as redes sociais foram grandes aliadas na hora de definir o que realmente precisava comprar.“A internet me ajudou muito! Eu assistia relatos de outras mães no TikTok e Instagram sobre como montar o enxoval e o que levar para a maternidade”, relembra. 

Apesar do cuidado com os preços, os pais de Isabella decidiram investir mais em produtos de higiene, por entenderem a importância de cuidar da pele do bebê. “Fizemos questão de investir na linha de produtos de higiene com o preço maior, mas que realmente valesse a pena. Shampoo, gel de banho, creme hidratante... tudo isso é muito necessário e compramos a linha mais cara porque sabíamos da importância de proteger a pele da Isabella”, detalhou.

O processo teve um forte valor afetivo para o casal. “Cada escolha de roupa, ninho e berço foi especial por ser a nossa primeira filha. Queríamos que a Isabella se sentisse muito amada desde o seu nascimento”, diz. Entre risos, Giordanna admite que nem sempre foi fácil resistir às tentações das vitrines. “Tentamos ser os mais responsáveis possíveis, mas quando chegávamos na loja e víamos tantas coisas lindas, era difícil se controlar”, brinca.

Com a experiência, ela acredita que o mais importante é priorizar o essencial e manter o equilíbrio. “Acho que o importante é comprar os principais itens, aquilo que vai ser usado no dia a dia do bebê, sem exagero”, conclui.