Operações com cartão de crédito crescem 43% no Norte
De janeiro a março de 2022, consumidores já fizeram mais de R$ 30 bilhões em pagamentos
Os consumidores da região Norte têm optado cada vez mais pelos pagamentos com uso de cartões de crédito. Segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), cresceu 43,8% as operações desse tipo na região no primeiro trimestre desde ano em comparação com o período de janeiro a março de 2021. No total, foram movimentados R$ 30,1 bilhões em pagamentos.
Os resultados do último trimestre seguem uma tendência já observada em anos anteriores. Em 2021, o valor transacionado em cartões de crédito na região Norte foi de R$ 104,9 bilhões, que representa um crescimento de 36,9%. Já no ano de 2020, foi movimentado R$ 76,6 bilhões em operações com cartão de crédito, que apresentou variação positiva no segmento de 22,6% em relação a 2019.
Desde então, a Abecs aponta o Norte como um destaque do desempenho do setor no âmbito nacional. Alguns aspectos que favorecem essa ampliação do uso de cartões seriam o impacto do auxílio emergencial na retomada econômica, especialmente nos indicadores do comércio e prestação de serviços; a recuperação gradual do mercado de trabalho; e o grande potencial de substituição de outros meios pelas opções de pagamento digitais.
Eduardo Yamamoto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), afirma que tradicionalmente, o cartão de crédito corresponde a cerca de 70% do faturamento bruto no varejo quando o tíquete médio é entre R$ 80 e R$ 200. Já para operações de tíquete médio em torno de R$ 2 mil, a forma eletrônica de pagamento chega até 95% das operações.
Para ele, questões próprias da dinâmica atual do mercado, como a oferta de crédito por fintechs que facilitam, por exemplo, mecanismos de cashback tem incentivado o aumento do uso dos cartões. Por essas e outras facilidades, Yamamoto ressalta que os cartões de crédito têm reflexos positivos para os consumidores, que passam a ter uma percepção de poder de compra maior, especialmente nas compras parceladas sem juros.
“O aspecto negativo é que para todo esse serviço existe uma taxa administrativa que é cobrada pelos operadores de cartão de crédito. Então, naturalmente essa taxa é repassada para a composição de preço dos produtos. Por outro lado, aumentou a concorrência das operadoras de cartão de crédito. Isso faz com que tenha uma queda nessas taxas de administração, possibilitando cada vez mais que os lojistas possam disponibilizar maiores parcelamentos e reduzindo essas taxas”, analisa.
No cenário nacional, os pagamentos com cartões sejam de crédito, débito ou pré-pagos cresceram 36% no primeiro trimestre de 2022, com valor transacionado de R$ 758,6 bilhões. Além disso, nesse período, o Brasil registrou pela primeira vez mais de 100 milhões de operações com cartões por dia.
Segundo a Abecs, o tíquete médio com cartão de crédito está em R$ 112 e o produto é destaque em crescimento no segmento com avanço de 42,4% em seu uso. Os motivos para isso seriam o aumento da base de usuários, que buscam cada vez mais soluções como compras online; a opção de parcelamento sem juros e o pagamento por aproximação, que trouxe mais comodidade e segurança para os usuários.
Para este ano, o setor espera que mais de R$ 3,2 trilhões sejam movimentados por pagamentos digitais. O baixo índice de inadimplência atual e o ritmo de recuperação econômica observado no país, especialmente nos serviços com melhora nos indicadores do mercado de trabalho são alguns aspectos favoráveis destacados pelo estudo. No entanto, a Abecs teme também que os aumentos na taxa Selic podem impactar a atividade econômica, impactando no recuo das concessões de crédito e vendas no varejo.