Norte é a região com menor demanda por crédito no país, com 6,74% do total
Indicador da CNDL e do SPC Brasil aponta crescimento anual de 0,63% nas consultas, apesar da queda mensal registrada entre outubro e novembro
A região Norte do país representou a menor parcela da demanda por crédito no país, que registrou um crescimento de 0,63% em novembro de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são de um levantamento realizado pelo Indicador de Demanda por Crédito da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que monitora mensalmente a evolução das consultas de crédito no país.
A distribuição regional das consultas em novembro evidencia a forte concentração no Sudeste, que respondeu por 45,66% do total, consolidando-se como a região com maior participação. Na sequência aparece o Nordeste, com 21,15%, seguido pelo Sul, que concentrou 17,75% das consultas. O Centro-Oeste registrou 8,71%, enquanto o Norte apresentou a menor participação, com 6,74%, revelando diferenças regionais significativas no volume de consultas ao longo do período analisado.
A análise do perfil do consumidor que buscou crédito no Brasil em novembro mostra a predominância do público masculino, responsável por 54,41% das consultas realizadas no período. No recorte por faixa etária, destaca-se o grupo entre 40 e 49 anos, que concentrou a maior participação, com 24,17% do total, indicando maior demanda por crédito entre consumidores em idade economicamente ativa.
Para o gerente de relacionamento de mercado e marketing da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belém (CDL Belém), Edson Souza, os dados demonstram que “o brasileiro ainda mantém o interesse pelo consumo e pelo crédito, mesmo em um cenário de cautela”. Mas ele chama atenção para a queda no desempenho, que foi encontrada entre os meses de outubro e novembro deste ano. O percentual foi de -7,90%, segundo a pesquisa.
"Na comparação direta entre outubro e novembro deste ano, registramos uma queda de -7,90% nas consultas. É importante que o nosso lojista de Belém entenda esse dado dentro do contexto sazonal: muitas vezes, essa retração momentânea em novembro reflete a expectativa do consumidor pela Black Friday e pelas compras de Natal, onde o crédito tende a ser utilizado de forma mais concentrada e estratégica”, avalia Souza.
Ele estima que os números sinalizam um “otimismo moderado” para o comércio local. “O crescimento anual indica que a economia segue girando. Orientamos que o lojista continue oferecendo boas condições de parcelamento, mas sempre reforçando a importância do crédito consciente para evitar a inadimplência neste final de ano”, afirma.
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Na avaliação do porta-voz, outro fator que ajuda a contextualizar esse movimento é o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Como os dados analisados são de novembro de 2025, a entrada desse recurso tende a estimular a busca por crédito, seja para dar entrada em compras de maior valor, seja para a regularização de dívidas, permitindo que muitos consumidores voltem a ter acesso ao crédito no mercado.
Esse cenário se conecta diretamente às expectativas para o período natalino. “A CDL Belém está otimista para as vendas de dezembro, esperando que esse leve crescimento anual de 0,63% se converta em um fechamento de ano positivo para o comércio local”, conclui o gerente