'Não estamos conseguindo vencer essa demanda', diz Sinduscon sobre mão de obra para a COP 30
Para Fabrízio Gonçalves, presidente do Sinduscon-PA, atender a demanda inédita de mão de obra qualificada tem sido um desafio para o setor da construção civil
“Não estamos conseguindo vencer essa demanda”. A frase do presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Fabrízio Gonçalves, resume o desafio que o setor enfrenta diante da COP 30. Em entrevista exclusiva a O Liberal, ele destacou que, mesmo com o crescimento de 800% no saldo de empregos desde 2023, falta mão de obra para atender à explosão de obras em Belém.
Segundo Gonçalves, a preparação da cidade para receber a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas impulsionou o setor a níveis históricos. “Nós fizemos um estudo de quando foi anunciada a COP 30 até junho deste ano, e o saldo de emprego passou de 800%”, afirmou. A alta, porém, vem acompanhada da dificuldade de atender a demanda em níveis nunca antes vistos pelo estado.
Para tentar equilibrar oferta e demanda, o Sinduscon vem ampliando parcerias com a Federação das Indústrias do Pará e o Sistema S (Sesi e Senai). Cursos de eletricista, carpintaria, hidráulica e mestre de obras têm sido abertos em ritmo acelerado, mas, segundo o presidente, as turmas são preenchidas quase imediatamente. “Cada turma que a gente abre de treinamento e qualificação é logo preenchida. É um problema bom, mas que estamos tentando vencer”, avaliou.
A demanda crescente reflete não apenas as obras relacionadas à COP 30, mas também investimentos estaduais, programas habitacionais e empreendimentos privados. O cenário é considerado inédito pelo sindicato, que enxerga na qualificação profissional a chave para transformar o momento em um legado duradouro para o Pará. “Os números são impressionantes. Estamos vivendo um período de grandes oportunidades e precisamos garantir que a mão de obra local esteja preparada para aproveitá-las”, reforçou Gonçalves.