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Média de salário no Pará é menor que a metade do Distrito Federal; veja os números

Apesar do recorde histórico do rendimento médio brasileiro, diferenças estaduais e sociais persistem, com a capital federal pagando mais que o dobro que o Pará

Jennifer Feitosa

O rendimento médio dos paraenses se posiciona na 23ª colocação entre os estados brasileiros, conforme dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de o Brasil registrar o maior rendimento médio da história, com R$ 3.208, a disparidade entre as unidades federativas ainda é acentuada.

Alguns estados chegam a apresentar ganhos mais que o dobro de outros, refletindo uma realidade heterogênea no país.

Em 2024, o rendimento médio nacional alcançou R$ 3.208, o valor mais elevado desde 2012. Essa marca histórica demonstra uma recuperação econômica recente.

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Pará e a média de rendimento por estado

Pará ocupa a 23ª colocação no ranking de rendimento médio, com R$ 2.256. Em contraste, o Distrito Federal (DF) está no 1º lugar, registrando R$ 5.037, indicando os maiores rendimentos.

São Paulo se posiciona na 2ª colocação, com R$ 3.884. O Maranhão, por sua vez, aparece no 27º lugar entre os estados com o menor rendimento, atingindo R$ 2.051.

Essa diferença significa que um trabalhador no DF pode receber mais que o dobro de um trabalhador no Pará.

Tal realidade é frequentemente ligada aos tipos de empregos predominantes, como o funcionalismo público no DF e setores de alta remuneração em São Paulo, como finanças e gestão.

Distância para médias regionais:

  • Em relação à média do Sudeste, o Pará tem renda cerca de 40% menor.
  • Em relação ao Centro-Oeste, está cerca de 45% abaixo.
  • Em relação ao Sul, a diferença chega a aproximadamente 60%.
  • Mesmo dentro do Norte, o Pará aparece abaixo de Amapá, Rondônia, Tocantins e Amazonas.

O que compõe o rendimento mensal

Os valores de rendimento no mês de um indivíduo abrangem aposentadorias, pensões, aluguéis, benefícios sociais, aplicações financeiras e doações. A soma desses elementos gera o indicador divulgado pelo IBGE.

Apesar dos resultados gerais, a análise dos dados revela que eles não refletem a complexa realidade brasileira, e a desigualdade se torna mais evidente ao detalhar os indicadores.

Histórico do rendimento médio nacional

O cálculo desses valores é realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua). O levantamento analisa informações sobre rendimentos de trabalho e outras fontes.

  • Há 12 anos, em 2012, o rendimento médio era de R$ 2.935. A acumulação no período foi de 9,3%, mesmo com altos e baixos da pandemia.
  • Entre 2012 e 2014, o valor atingiu R$ 3.123. Em 2017, com a recessão, a média reduziu para R$ 2.997.
  • Em 2020, houve uma alta para R$ 3.152, mas uma nova queda para R$ 2.888 em 2022, em meio à pandemia.
  • A recuperação ocorreu em 2023 (R$ 3.094), impulsionando o recorde atual devido ao recomeço econômico e reajustes salariais.

Veja o rendimento médio de cada unidade federativa

  1. Distrito Federal - R$ 5.037
  2. São Paulo - R$ 3.884
  3. Rio de Janeiro - R$ 3.739
  4. Paraná - R$ 3.701
  5. Santa Catarina - R$ 3.690
  6. Rio Grande do Sul - R$ 3.614
  7. Mato Grosso - R$ 3.506
  8. Mato Grosso do Sul - R$ 3.383
  9. Espírito Santo - R$ 3.195
  10. Goiás - R$ 3.171
  11. Rondônia - R$ 3.003
  12. Minas Gerais - R$ 2.892
  13. Amapá - R$ 2.870
  14. Roraima - R$ 2.844
  15. Tocantins - R$ 2.788
  16. Rio Grande do Norte - R$ 2.623
  17. Acre - R$ 2.538
  18. Pernambuco - R$ 2.407
  19. Alagoas - R$ 2.392
  20. Sergipe - R$ 2.376
  21. Paraíba - R$ 2.303
  22. Amazonas - R$ 2.297
  23. Pará - R$ 2.256
  24. Piauí - R$ 2.200
  25. Bahia - R$ 2.140
  26. Ceará - R$ 2.053
  27. Maranhão - R$ 2.051

Disparidades de gênero e raça em 2024

A geografia não é o único fator de desigualdade no país, que também se manifesta em relação a gênero e raça.

  • Homens ganham, em média, 27,2% mais que mulheres.
  • Pessoas brancas recebem, em média, 65,9% mais que pessoas pretas ou pardas por rendimento por hora.
  • No nível superior completo, a diferença entre brancos e pretos ou pardos chega a 44,6%.

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE aponta que, mesmo em 2024, com 101,3 milhões de pessoas, há uma distinção significativa entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

  • Este percentual de disparidade tem se mantido estável desde 2012. Mesmo com maior escolaridade feminina, a situação não muda: cerca de 49,1% das mulheres estavam empregadas, enquanto 68,8% dos homens se encontravam nessa condição.
  • Mulheres tendem a ter rendimentos menores. Em 2024, elas receberam, em média, 78,6% do rendimento dos homens. Esse percentual pode cair ainda mais em setores de serviços e comércio, chegando a 63,8% do salário masculino.

Rendimento médio por grupos ocupacionais

A análise dos grupos ocupacionais revela fortes desigualdades no mercado de trabalho brasileiro.

  • No topo da hierarquia, diretores e gerentes apresentam rendimento médio de R$ 8.721 mensais. Essas funções estratégicas e de liderança são comuns em grandes empresas e no setor público.
  • Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares têm média de R$ 6.749.
  • Profissionais das ciências e intelectuais recebem cerca de R$ 6.558. Esses trabalhos exigem alta qualificação ou proporcionam estabilidade, contribuindo para salários mais elevados.
  • Técnicos e profissionais de nível médio registram rendimento de R$ 4.148, aproximadamente 29% acima da média nacional. Representam grupos de ocupações intermediárias, essenciais em áreas como saúde, educação e tecnologia.
  • Na base, cargos de menor qualificação têm rendimento médio de R$ 1.454, menos da metade da média nacional.
  • Ainda nos extremos, trabalhadores dos serviços e vendedores do comércio (R$ 2.393), operadores de instalações e máquinas (R$ 2.657), e trabalhadores qualificados da agropecuária (R$ 2.250) encontram-se abaixo da média nacional.

(Jennifer Feitosa, Jovem Aprendiz, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)