Lula e Trump tiveram conversas construtivas sobre comércio, diz representante dos EUA
O Representante Comercial dos EUA ponderou que nem todos os problemas foram resolvidos, mas que há coisas que os brasileiros "podem fazer" para alcançar mais concessões em relação a tarifas
O Representante Comercial dos EUA (USTR, em inglês), Jamieson Greer, sinalizou nesta quarta-feira, 10, que houve avanço nas negociações comerciais com o Brasil, ao participar de sessão de perguntas e respostas em evento do Atlantic Council.
Segundo ele, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Donald Trump, dos EUA, tiveram "conversas construtivas sobre o comércio recentemente", citando como exemplo a inclusão do Brasil nas isenções tarifárias sobre cacau e café.
Greer ponderou que nem todos os problemas foram resolvidos, mas que há coisas que os brasileiros "podem fazer" para alcançar mais concessões em relação a tarifas.
"O Brasil é um bom parceiro para os EUA, mas também é um competidor, principalmente na agricultura", disse, ecoando comentários feitos na véspera. "Eles possuem muitas barreiras tarifárias e não-tarifárias para bens americanos, e o presidente Trump também se preocupa sobre outras questões de política externa".
Entre as preocupações, Greer citou o que chamou de legislações "utilizadas como arma" contra empresas de tecnologia, "ordens secretas de investigação" contra empresas e indivíduos americanos sem detalhes públicos e prisão arbitrária de americanos. O representante comercial, contudo, não apresentou provas das acusações.
"A segurança nacional é muito importante para nós. Queremos ter uma relação econômica melhor com o Brasil, só assim poderemos discutir concessões", ressaltou.
Questionado sobre a China, Greer descartou preocupações com o acordo comercial com Pequim, afirmando que autoridades americanas trabalham para descobrir "o que os chineses querem dos EUA" e quais bens podem ser comercializados sem danos para a segurança dos EUA. O representante disse ainda que vê maior equilíbrio no comércio de bens de consumo e de itens de baixa tecnologia, defendendo que "não há inconsistências" nas novas políticas.
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