IBGE registra segundo mês de queda no setor de serviços no Pará
Donos de salões de beleza e estética dizem não sentir recuo do movimento.
O volume de serviços no Pará apresentou queda pelo terceiro mês seguido, em setembro, segundo dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (12). Embora o recuo seja menor do que o registrado em agosto, que ficou em 2,9%, ainda houve retração de 0,2%.
Segundo o levantamento, o Pará acompanha a tendência nacional, ficando entre os 20 estados em que foi observado esse recuo em setembro. Mas, em comparação ao mesmo mês do ano passado, o volume de serviços avançou 6,5% e, no ano, o setor acumula ganho de 15,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
A dona de um salão de beleza e estética localizado na entrada do conjunto Cidade Nova, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, conta que, com a pandemia, passou a atuar fortemente nas redes sociais. Renata Sasha acredita que esse foi um dos motivos que alavancou o faturamento do espaço, que triplicou após a reabertura das atividades deste ano, após o segundo lockdown preventivo à Covid-19.
“A gente graças a Deus não sentiu essa pandemia. Realmente precisamos fechar no lockdown, mas todos os dias tínhamos clientes nos procurando e, inclusive nosso faturamento, que antes da pandemia era um, início deste ano era o dobro, e depois da reabertura em abril, triplicou”, pontuou.
Renata avalia que o auxílio contribuiu com o aquecimento da economia. “Ganhamos muitas novas clientes. Enquanto fechei dei uma reinventada na internet, dei uma de blogueira no salão, apareci, e isso pode ter ajudado”, finaliza a dona do salão, que oferece serviço de manicure, pedicure, depilação, maquiagem, tratamento e tingimento de cabelo.
Há 10 anos funcionando no conjunto Império Amazônico, no bairro do Souza, em Belém, um salão para atendimento de homens também não registrou queda no mês de setembro. A dona do local, Wahana Valente, observou, ao contrário, uma crescente após a flexibilização das medidas de prevenção à Covid-19.
“Acredito que é porque as pessoas estavam há muito tempo isoladas. Mas crescemos e agora estamos num momento de estabilidade, não posso dizer que considero notória essa queda. Mas o aumento das coisas, gasolina, transporte, dificulta, porque temos pessoas vindo de várias áreas da cidade. Então percebo uma estabilidade, uma manutenção do movimento, ainda não teve o boom, do final de ano, que sempre tem demanda alta. A expectativa é que no começo de dezembro tenha, para novembro está normal”, detalhou.
Volume de serviços no Brasil
No Brasil, o volume do setor foi 0,6% menor, na contramão de uma sequência de cinco meses seguidos de números positivos, quando acumulou um ganho de 6,2%. Apesar disso, no acumulado do ano, os últimos 12 meses – outubro de 2020 a setembro de 2021 – geraram um resultado positivo de 12,3%, consequência do bom desempenho do setor registrado no início deste ano.
A pesquisa do IBGE produz indicadores que ajudam a acompanhar o desempenho do setor de serviços no país, levantando dados da receita bruta de empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas e que atuam com atividades não financeiras – excetuando saúde e educação.
Palavras-chave