Haddad: é preciso compreender que desafio do equilíbrio orçamentário é papel de todos
Com apoio de parte do Congresso, Haddad disse que o governo avança na estabilidade fiscal e na retomada da indústria.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (26) que é preciso compreender o desafio do equilíbrio orçamentário. “É papel de todos”, declarou durante o evento Nova Indústria Brasil, em comemoração ao Dia da Indústria, realizado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. A conferência é promovida por Brasil 247, TV 247 e Agenda do Poder.
Ele reconheceu que a carga tributária da indústria é elevada, mas lembrou que, em 1964, era de 16% do PIB, quando a “ditadura militar colocou 10% a mais” nessa conta. “Foi de 16% para 26% do PIB a carga tributária ao final do período militar. E ela só subiu de 26% para 32% na ocasião da estabilização da moeda, com o Plano Real. E aí ficou”, comparou, acrescentando que, hoje, a carga tributária federal é menor do que a de dez anos atrás. “Temos que ter compreensão de que temos desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário, que, como disse o Mercadante (presidente do BNDES), vai ter papel de todos”, ponderou.
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Haddad destacou que há “muita despesa” contratada sem fontes de financiamento. “Temos que compreender que temos que honrar os compromissos assumidos pelo Congresso, muitos deles compromissos constitucionais, e nós estamos fazendo isso da melhor maneira possível, tentando virar a página de um déficit primário estrutural de 2% do PIB”, afirmou, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva herdou um país com esse déficit estrutural.
O ministro parabenizou o trabalho do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o BNDES e lideranças empresariais, em prol da indústria. “Não é pouca coisa o que está acontecendo na indústria, e o trabalho do MDIC tem que ser valorizado, assim como a recuperação do BNDES, injustamente atacado por muitos anos. Precisa ser reconhecido o papel que o BNDES tem cumprido na recuperação da indústria”, ressaltou, acrescentando que essa é uma decisão política do presidente da República.
Com apoio de parte do Congresso, Haddad disse que o governo está conseguindo avançar no sentido de estabilizar o orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver. “O maior legado do presidente Lula nessa área, sem sombra de dúvida, é a reforma tributária”, enfatizou, prevendo que os efeitos sobre o ambiente de negócios serão extraordinários.
Um dos principais pontos, segundo o ministro, é que a desoneração do investimento será de 100%, assim como a desoneração das exportações. “A guerra fiscal vai acabar entre os Estados, inclusive a guerra fiscal dos Estados com a União, que foi uma inovação dos últimos anos”, completou.