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Haddad diz que recebeu quadro real dos Correios pela nova diretoria 'muito recentemente'

O novo presidente, Emmanoel Schmidt Rondon, está no posto desde setembro e trabalha em um plano de reestruturação da empresa

Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 26, que recebeu "muito recentemente" o quadro real dos Correios, por parte da nova diretoria. O novo presidente, Emmanoel Schmidt Rondon, está no posto desde setembro e trabalha em um plano de reestruturação da empresa. Na visão de Haddad, tem havido "uma evolução satisfatória" da atual diretoria e a interlocução com o Tesouro é "a melhor possível".

"O que nós falamos é que qualquer solução para o caso vai passar, necessariamente, por um plano de reestruturação. Não há como o Tesouro Nacional pensar em algo que não passe por um plano de reestruturação aprovado pelo Tesouro, que é de quem se pede o aval para viabilizar financeiramente esse plano", disse Haddad em entrevista à GloboNews.

Indagado sobre uma possível privatização da empresa postal, ele respondeu: "Não vejo um debate dentro do governo, sobre privatizar Correios, não vejo isso acontecer da parte de nenhum ministro."

Ele citou estudo recente que teria apontado ser "muito difícil" o Estado abrir mão de serviços postais, parte dos quais são subsidiados para garantir a universalização. "O que tem acontecido no mundo é agregar aos serviços postais outros serviços, de natureza financeira, previdenciária, securitária para dar sustentabilidade para um serviço postal universal. E é isso que nós estamos discutindo com a nova diretoria".

O titular da Fazenda ainda destacou que a equipe econômica fez questão de não fazer excepcionalidade no arcabouço em relação aos Correios. "O impacto fiscal este ano foi absorvido pelo arcabouço fiscal. E nós vamos manter assim. E só vamos aprovar o plano de reestruturação se ele for apresentado de maneira consistente".

A projeção de déficit nas empresas estatais em 2025 subiu para R$ 9,2 bilhões no último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, relativo ao 5º bimestre do ano, resultado muito influenciado pelos Correios, cuja estimativa de déficit mais do que dobrou, passando de R$ 2,4 bilhões no relatório anterior para R$ 5,8 bilhões. Isso levou o Executivo a anunciar um contingenciamento de R$ 3,3 bilhões em despesas.