Feira de Artesanato do Círio movimenta R$ 3,3 milhões e bate recorde com 100 mil visitantes
Público lotou estacionamento do Porto Futuro na última noite nesta quarta-feira (15)
A 13ª edição da Feira de Artesanato do Círio, promovida pelo Sebrae Pará, em parceria com o Governo do Estado, movimentou R$ 3,3 milhões em negócios e bateu recorde de público com 100 mil visitantes, durante os sete dias de evento, encerrado nesta quarta-feira (10), com grande público no estacionamento do Porto Futuro, em Belém.
O diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, informou que cerca de 250 empreendedores de todas as regiões do Pará participaram do evento, que registrou números robustos. Para começar, foram vendidos cerca de 65 mil itens.
"De saída, já batemos um recorde com quase cinco mil metros quadrados de estrutura. A maior estrutura de uma feira do Sebrae, como essa, no Brasil”, afirmou Magno, na noite desta quarta-feira.
Números evidenciam a força do empreendedorismo
Ele observou que a feira gerou gratas surpresas. “A primeira delas foi o número de visitantes, a nossa expectativa era de 50 mil visitantes. Ontem (na terça-feira, 14), nós batemos 100 mil visitantes. A gente fica feliz, esse número mostra a potência do Pará e dos nossos empreendedores e a entrega do papel do Sebrae para a sociedade, que é fortalecer cada vez mais esses pequenos negócios”.
Rubens Magno acrescentou que o número de negócios superou a previsão. “Desde o começo, prevemos R$ 3,2 milhões. Já na terça-feira, no fechamento do nosso número, batíamos R$ 3 milhões de negócios gerados e negócios futuros. Ou seja, ainda temos o número de hoje (esta quarta-feira) e a média tem sido de R$ 300, 400, 500 mil de negócios/dia. Então, a nossa expectativa é chegar nos 3,3 milhões, superando o nosso número inicial”.
Além dos espaços específicos para o artesanato, a feira reuniu a Vitrine Amazônia, para a comercialização de diversos produtos da bioeconomia, bem-estar e estética, alimentos e bebidas, entre outros; espaços para empreendedorismo inclusivo, Kids, Sebrae Recicla, Acredita e Mundo Amazônia - com trabalhos de povos e comunidade tradicionais - indígenas venezuelanos da etnia Warao, indígenas das etnias Kaiapó, Ticuna, Assurini, Xicrin, Xipaya, Parakanã, Arara e Galibi-Marworno e o trabalho de quilombolas.
‘Feira é importante para intercâmbio do povo originário’, disse indígena Warao
À frente de brincos, colares, pulseiras, anéis e chapéus, tudo feito à mão, Josefina Dimena, se apresentou como integrante do povo Warao, da Venezuela. Ela disse que gostou da experiência. “A importância, para nós, é intercambiar nossa cultura e conhecer a outra cultura do nosso irmão brasileiro, indígena, porque somos parentes, como indígenas e como povo original. A venda foi boa, estou satisfeita em nome do povo do Warao”, disse ela, assegurando que vendeu de tudo, das peças mais baratas, a R$ 30, às mais caras, a R$ 400.
A professora Aline Maciel elogiou o espaço e a diversidade dos produtos, e destacou a valorização do artesanato indígena. “O pessoal ainda pensa que o trabalho dos povos originários é um trabalho sem importância, ao contrário. É importante porque eles conseguem agregar valor aos produtos da natureza sem derrubar a floresta, gerar renda para eles”, disse ela, que lamentou o fim da feira em apenas uma semana.
“Eu estou triste porque eu infelizmente vim no último dia e gostaria que realmente tivessem mais tempo", frisou Aline, na companhia do pai, da madrinha e da companheira dela. “Poxa, meu pai veio de Macapá, um só dia não dá para ver tudo, a feira está enorme”, completou a professora.
Natural de Abaetetuba, Édna Maués comprou biojoias na barraca de Tarcísio da Silva, mais conhecido como Tarcísio Artesanato. “Hoje, eu vou levar uma pulseira e este anel que é com chifre de osso de búfalo. Eu queria mais esse, mais esse, mas não pode, eu tenho poucos dedos”, disse ela sorrindo.
Tarcísio estava feliz com a comercialização de suas peças, feitas de osso e chifre de búfalo, ouriços de castanhas e madeira. “Meus produtos saíram bem, e o que mais saiu foram os anéis. Compro minha matéria-prima na Ilha do Marajó, sou eu mesmo que faço as peças. A peça mais simples está a R$ 20 e a mais cara que eu tenho é R$ 150, que é o anel de prata, como esse aqui”, disse Tarcísio apontando para a biojoia.
Palavras-chave