Empresários de Belém registram alta de 200% no mercado de marmitas saudáveis e congeladas em 2025
Para empresárias locais, o ano foi marcado por crescimento — mas também por aumento dos custos de produção
O mercado de marmitas saudáveis e congeladas em Belém vive um dos melhores momentos dos últimos anos. Impulsionado pela rotina corrida da população e pela busca por praticidade sem abrir mão de uma alimentação equilibrada, o setor ampliou a demanda e expandiu operações em 2025. Para empresárias locais, o ano foi marcado por crescimento — mas também por aumento dos custos de produção.
A jornalista e empresária Gleyci Frota atua no ramo há quase dois anos e afirma que o negócio surgiu acompanhando o ritmo acelerado da vida urbana.
“As pessoas têm uma vida muito corrida e às vezes é difícil cuidar da alimentação. A gente pensou em pratos saudáveis e práticos que a pessoa pudesse levar pra onde quisesse”, explica.
O empreendimento, que começou com cardápio reduzido, hoje vende cerca de 2 mil marmitas por semana e conta com uma equipe de sete pessoas.
Empresária registra crescimento de 200% em 2025
Para Gleyci, 2025 foi um ano decisivo: o negócio registrou alta de 200% em relação ao ano anterior. Parte desse avanço veio da mudança na percepção do consumidor sobre marmitas congeladas.
“Muita gente ainda associa marmita congelada a produtos ultraprocessados. A gente trabalha para quebrar esse paradigma, mostrar que o sabor é caseiro e que não tem conservantes”, afirma.
Entre as estratégias adotadas estão o cardápio padronizado, o uso de temperos naturais e um site que funciona 24 horas, permitindo que os clientes montem a programação alimentar da semana.
A fidelização também cresceu: “Hoje temos clientes fixos, alguns que fazem 40, 60 pedidos de uma vez”, diz.
Demanda por marmitas personalizadas também cresce
Outro nome que confirma o bom desempenho do setor é Tamilles Miranda, empresária que atua com marmitas saudáveis personalizadas em Belém. Ela também observou aumento expressivo nas vendas em 2025.
“As pessoas estão mais preocupadas em ter uma alimentação saudável mesmo com a correria do dia”, afirma.
Sua empresa trabalha com cardápio próprio e também com marmitas totalmente personalizadas, focadas em quem possui:
- patologias específicas;
- acompanhamento nutricional;
- dietas low carb, sem glúten, sem lactose ou hiperproteicas.
Segundo Tamilles, a opção low carb está entre as mais procuradas. O período mais aquecido é entre julho e agosto, quando muitos clientes estão de férias e querem manter a rotina alimentar sem cozinhar.
“Os clientes querem manter a alimentação sem gastar tempo na cozinha”, diz.
Aumento no preço das proteínas pressiona os custos
Mesmo com o bom desempenho, o segmento enfrenta desafios. Tanto Gleyci quanto Tamilles relatam impacto direto da alta nos insumos — especialmente nas proteínas, como frango e carne vermelha.
“O preço dessas proteínas tem reajuste constante, e isso pesa no custo final”, explica Tamilles, que precisou ajustar o valor das marmitas.
Expectativas para 2026 são positivas
Apesar das dificuldades, as empreendedoras projetam um 2026 de crescimento contínuo. Praticidade, consciência alimentar e personalização devem seguir estimulando o mercado de marmitas saudáveis em Belém.
“Pra mim, 2025 foi excelente. A gente rompeu uma bolha, mudou a mentalidade do público e provou que marmita congelada pode ser saudável e saborosa”, afirma Gleyci.