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Em Belém, Petrobras apresenta projeto da Margem Equatorial durante Amazon Energy 2025

Evento na Fiepa discute oportunidades para o desenvolvimento regional

O Liberal

Durante as programações do segundo dia do Amazon Energy, Jonilton Pessoa, gerente executivo de exploração da Petrobras, apresentou o projeto da Margem Equatorial, nesta quinta-feira (26), na sede da FIEPA, em Belém. Além do panorama geral, o painel discutiu sobre as perspectivas energéticas da região e a soberania nacional.

O representante da Petrobras participou do painel “Petróleo e Gás na Margem Equatorial: Oportunidades para o Desenvolvimento Regional e Ações de Mitigação Ambiental e Descarbonização”, mediado por Claudia Rabello, diretora executiva corporativa do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

O gerente da Petrobras alertou para o possível cenário econômico do país caso não haja investimentos nas atividades petrolíferas, especialmente a exploração na Margem Equatorial, destacando a possibilidade de um iminente desabastecimento nacional e o aumento no volume de importação de petróleo.

“A gente está buscando essa recomposição das reservas de petróleo porque é ela que vai manter a soberania energética nacional. Se a gente não mantiver os níveis de produção atuais, e parar de explorar, vamos repetir o que aconteceu no passado. Se a gente não continuar prospectando, entre 2032 e 2035 vamos voltar a ser importadores”, alertou Jonilton.

O presidente do Sistema FIEPA, Alex Carvalho, reforçou a relevância da aproximação entre indústria, ciência e instituições estratégicas para o fortalecimento da Amazônia no debate energético global e defendeu a importância de dados concretos e técnicos para qualificar o posicionamento da indústria.

“Já que estamos num evento pré-COP, quero deixar aqui um registro de agradecimento à Petrobras e ao IBP, por trazerem esse conteúdo técnico à Federação das Indústrias do Estado do Pará. Esses dados são fundamentais para que possamos participar das discussões com propriedade. Queremos estar envolvidos, para agir com conhecimento e respeito. O Brasil precisa se posicionar de forma estratégica, porque esta é a grande oportunidade. Ninguém tem a matriz energética que o Brasil possui. Ninguém tem a capacidade de desenvolver tecnologia e, ao mesmo tempo, manter uma indústria pujante e descarbonizada como o Brasil tem”, enfatizou o presidente.

De acordo com os dados apresentados, o consumo de energia do Brasil corresponde a cerca de 2% do total mundial, enquanto que a emissão brasileira de CO₂ contribui com apenas 1% nos parâmetros globais. Atualmente, mais de 80% da geração de energia em solo brasileiro provém de fontes renováveis.

“A energia renovável vai abastecer o carro elétrico, mas de que vai ser feito o pneu? O painel? O plástico do cateter de hospital? O petróleo está em tudo. A indústria precisa disso. E ainda gera emprego, gera renda, royalties, participação especial para estados e municípios. Dizer para o Brasil que não pode prospectar petróleo na Margem Equatorial, enquanto outros países fazem isso do lado de cá e depois vão nos vender com margem de lucro é abrir mão da nossa autonomia”, reforçou.

Conforme explicado pelo gerente executivo de exploração, historicamente, a temperatura média da Terra varia ciclicamente devido aos fenômenos naturais, independente da atuação humana.

“A gente precisa, sim, buscar fontes de energia renováveis para atender à demanda da população por geração de energia. Mas é importante dizer que o CO₂ não é o único causador das mudanças climáticas. Existem outros fatores que influenciam a variação de temperatura e o nível do mar no planeta. Não são apenas as fontes fósseis de energia que emitem CO₂ e impactam o clima”, declarou.

O presidente do Centro das Indústrias do Pará (CIP), José Maria Mendonça, citou a morosidade dos processos licitatórios dos projetos na região e afirmou que as decisões sobre as atividades também devem considerar, sobretudo, a realidade de quem vive na Amazônia.

“Somos a favor da preservação ambiental, mas não podemos permitir que narrativas feitas longe daqui, geralmente em salas de ar-condicionado, se façam valer e mantenham os nossos ribeirinhos em uma situação de miséria,” destacou um dos líderes presentes.

Ele defendeu que o desenvolvimento da Amazônia passe por investimentos estruturantes e socialmente responsáveis. “Uma das formas de sairmos do paradoxo de ser uma região rica em recursos, mas marcada pela pobreza é abrir as porteiras da Amazônia para que chegue o desenvolvimento, com a infraestrutura necessária e de forma sustentável.”

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