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Dólar fecha em queda apesar de alta externa; veja em quanto!

O Ibovespa obteve o maior nível de fechamento desde 8 de julho, o dia anterior ao tarifaço norte-americano.

Estadão Conteúdo

O dólar à vista recuou nesta segunda-feira, 25, e voltou a flertar com o rompimento do piso de R$ 5,40, apesar do avanço da moeda americana no exterior. Além da valorização de commodities como minério de ferro e petróleo e da redução das expectativas de inflação revelada pelo Boletim Focus.

Exceto por uma alta pontual e bem limitada no início do pregão, quanto registrou máxima de R$ 5,4367, o dólar passou o restante da sessão em baixa. Com mínima de R$ 5,4017, fechou em queda de 0,20%, a R$ 5,4147, levando as perdas em agosto a 3,32%. No ano, a moeda recua 12,39%.

O estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, avalia que o comportamento da taxa de câmbio parece refletir uma combinação benigna de fatores externos e domésticos.

"O principal continua sendo a perspectiva de o Fed começar a cortar os juros em setembro, enquanto o Banco Central deve demorar um pouco mais para reduzir a Selic, o que significa maior diferencial de juros", afirma Rostagno. "Mas os rumores de que a candidatura de Tarcísio está se fortalecendo, com aglutinação de grupos políticos, também ajudam a moeda".

A queda nas expectativas de inflação reveladas pelo Boletim Focus desta segunda-feira contribuem para o bom desempenho do real, uma vez que fortalece a posição do Banco Central e, por tabela, reduz a percepção de risco.

Além do recuo da mediana das projeções para o IPCA neste ano (4,95% para 4,86), 2026 (4,40% para 4,33%), o Boletim Focus trouxe pela primeira vez neste ano redução das expectativas de inflação para 2027, de 4% para 3,97%.

"As notícias sobre Tarcísio podem ter ajudado o real, mas o principal fator do dia foi o Focus. As projeções do IPCA de 12 e 18 meses à frente já estão abaixo da banda superior da meta. Está começando a ancorar", afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.

Termômetro do comportamento da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) operou em ascensão e voltou a superar os 98,000 pontos, com máxima de 98,543 pontos no fim da tarde.

Houve um ajuste de posições após o mergulho do dólar na última sexta-feira, 22, com o discurso dovish do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. Além disso, o euro renovou mínimas ao longo da tarde com as turbulências na política francesa, após o primeiro-ministro François Bayrou anunciar uma votação de confiança no dia 8 de setembro.

O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, observa que há um ambiente mais positivo para ativos domésticos, com o aceno do presidente do Fed e "uma primeira vitória" do Banco Central brasileiro "na tarefa de debelar as expectativas de inflação".

"Esse movimento do Powell, visto pelo mercado como um pivô dovish, fortalece o diferencial de juros a favor do Brasil, atrai capital estrangeiro, valoriza o real e contribui para reduzir as expectativas de inflação doméstica", afirma Gala.

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