Dia do Gari: Profissionais contam as dificuldades e o orgulho em cuidar de Belém
16 de maio é a data que homenageia estes trabalhadores que enfrentam desafios diários com orgulho e dedicação para manter a cidade limpa e saudável.
16 de maio é a data que homenageia estes trabalhadores que enfrentam desafios diários com orgulho e dedicação para manter a cidade limpa e saudável.
No Dia do Gari, celebrado em 16 de maio, o Brasil presta homenagem aos profissionais que dedicam seus dias a manter as ruas, avenidas e espaços públicos limpos e organizados. Em Belém, segundo dados da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), cerca de 2.700 garis atuam na limpeza pública da capital paraense, realizando serviços como varrição, capina, coleta de resíduos e conservação de praças.
Entre esses profissionais, estão Adriele Carvalho, 39 anos, e Gilda Batista, 28 anos, que compartilham suas histórias, desafios e o orgulho de contribuir para a limpeza urbana da cidade.
Adriele trabalha como gari há pouco mais de um ano. Estudante de enfermagem, ela conta que encontrou no emprego uma forma de pagar os estudos e ajudar no sustento da filha. Para ela, o trabalho é muito mais do que uma fonte de renda: é uma missão.“Eu me sinto muito importante fazendo o que eu faço. Imagine como seria a nossa cidade se não existisse o gari?”, reflete Adriele.
Adriele Carvalho, de 39 anos, atua na limpeza urbana há pouco mais de 1 ano. (Foto: Wagner Santana | O Liberal)
Ela destaca que, apesar do calor intenso e das dificuldades, sente-se valorizada pelo impacto que seu trabalho gera no meio ambiente e na comunidade.
Gilda Batista, de 28, diz que ser gari representa muito pro seu papel ao meio ambiente. (Foto: Wagner Santana | O Liberal)
Para ela, o trabalho vai além do sustento financeiro. É uma contribuição para a cidade e para o planeta. “Quando chego em casa e penso: ‘eu contribuí com a limpeza da cidade’, isso me fortalece. Não é só um trabalho qualquer. Eu tô fazendo diferente pelo meio ambiente, pelo nosso planeta, mesmo que seja só um pouquinho”, diz.
Com jornadas de trabalho de oito horas, as garis enfrentam o clima quente e úmido da região, que pode causar insolação e outras doenças relacionadas ao contato com resíduos sólidos.“Na época mais quente, a gente costuma lidar com insolação. Mesmo estando equipadas, é difícil fugir do nosso sol de Belém”, explica Gilda.
Adriele complementa: “A gente gasta muito protetor solar para se proteger do sol”.
Além do desgaste físico, o preconceito social é um obstáculo diário. “Às vezes a gente recebe olhares que machucam, como se a gente não fosse nada. Mas não deixo isso me abalar. Nosso trabalho é essencial e impacta diretamente na saúde e bem-estar da população”, destaca Gilda.
Adriele acredita que a experiência na limpeza urbana também a prepara para sua futura carreira na área da saúde.“Nas ruas, a gente vê de tudo. Aprende a respeitar mais o outro, a ter empatia. Isso vou levar para sempre comigo, como gari e futura enfermeira”, afirma.