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Culinária japonesa é reconhecida como patrimônio cultural imaterial no Pará; entenda os impactos

Lei foi sancionada pelo governador Helder Barbalho e publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta (2)

Eva Pires | Especial para O Liberal

A culinária e a gastronomia japonesa agora fazem parte do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará. A lei, sancionada pelo governador Helder Barbalho e publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (2), foi proposta pelo deputado Josué Paiva (Republicanos) e aprovada no último dia 5 de agosto pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).

Na justificativa, o parlamentar destacou que a comida japonesa já se incorporou ao cotidiano paraense, sendo possível encontrar estabelecimentos especializados em praticamente todos os bairros de Belém. Além disso, ressaltou a relevância dos festivais dedicados à culinária japonesa, como o Amazônia Matsuri, que reúne milhares de pessoas a cada edição e reforça a importância do reconhecimento.

O mercado confirma essa percepção. Restaurantes de cultura japonesa se espalharam pela capital paraense e conquistaram uma clientela fiel, que vai além de ocasiões especiais e tornou o sushi, o sashimi e outros pratos tradicionais parte da rotina de muitos consumidores. O setor movimenta empregos, fornecedores e promove uma conexão direta com a tradição da comunidade japonesa no estado.

Consumo de comida japonesa já é um hábito em Belém

Wilson Kahwage, um dos proprietários de um restaurante de comida japonesa em Belém, recebeu a notícia com entusiasmo. “Fiquei muito feliz! É um reconhecimento que valoriza não só a comida, mas também a história e a presença da comunidade japonesa no Pará”, afirmou.

Nos últimos anos, a procura cresceu de forma constante, transformando o consumo de pratos japoneses em hábito. Para Wilson, isso reflete a força de uma gastronomia que já conquistou espaço. Segundo ele, o mercado está em alta e tem grande potencial de expansão, seja em restaurantes tradicionais ou em propostas de fusão que dialogam com outras cozinhas.

A movimentação financeira do setor é expressiva, gerando empregos diretos e indiretos, desde profissionais da cozinha até fornecedores de peixe, verduras e outros insumos. Para o empresário, a lei estadual fortalece esse impacto, abrindo caminho para novos projetos, parcerias e para a consolidação de eventos culturais. “Dá mais destaque pros restaurantes e mostra que a culinária japonesa faz parte da nossa cultura. Isso ajuda a valorizar o trabalho de quem está nesse ramo”, destacou.

Se por um lado a gastronomia japonesa reflete tradição, por outro também se tornou uma tendência de consumo. A aceitação global dos pratos japoneses facilita a expansão desse mercado, mas ainda existem desafios, especialmente no acesso a produtos de qualidade e na formação de mão de obra especializada. Kahwage acredita que o reconhecimento oficial pode contribuir para superar esses obstáculos ao dar mais visibilidade ao segmento e fortalecer políticas de incentivo.

“Os maiores desafios são o custo alto de alguns produtos, a escassez de insumos na região e a necessidade de ter gente bem preparada pra trabalhar. Essa lei pode ajudar dando mais visibilidade, atraindo apoio e valorizando ainda mais a gastronomia japonesa por aqui”, afirmou.

Para além da mesa, a culinária japonesa representa um elo cultural que atravessa gerações e conecta tradições ao dinamismo da vida urbana em Belém. O novo status de patrimônio cultural imaterial coloca a gastronomia japonesa como parte oficial da identidade paraense e reforça sua relevância econômica e social no estado.