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Confraternizações devem aumentar 80% a demanda de bares e restaurantes de Belém, diz empresária

Em todo o país o setor de alimentação e turismo deve faturar R$ 80 bilhões nas festas de fim de ano

Gabi Gutierrez

O mês de dezembro promete ser de forte movimentação para o setor de alimentação e hospedagem em todo o país. Um levantamento do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) projeta um faturamento de R$ 80 bilhões para o período por todo o Brasil, impulsionado pelo aumento do turismo e pelo aquecimento do mercado interno. No Pará, o cenário acompanha a tendência nacional. Restaurantes, bares e casas de eventos já operam com agendas cheias de confraternizações, reservas antecipadas e encontros corporativos. A expectativa é de um dezembro superior ao registrado em 2023, embora o setor ainda conviva com custos elevados e ritmo de consumo mais cauteloso. Apesar do volume expressivo, a entidade pondera que a inflação tem limitado o crescimento real dos estabelecimentos.

Um dos estabelecimentos que já sentem o impacto da alta procura é o Ponte do Açaí, em Belém. Segundo a responsável pelo espaço, Elyne Oliveira, o movimento começou a crescer ainda em novembro, logo após o fim da Conferência do Clima, a COP 30. “Pra atender melhor a nossa demanda, a gente dispõe de três ambientes e faz eventos exclusivos com buffet, bebidas, drinks… tudo que você imaginar”, afirma.

Além do casarão principal, onde fica o salão do restaurante, também tem o espaço anexo: o Belle Époque Bar. Elyne explica que esse é um local voltado para eventos fechados de até cinquenta pessoas. Segundo ela, o local tem sido procurado para lançamentos de produtos, encontros de imobiliárias, treinamentos e reuniões de negócios, sobretudo nesta época de fim de ano.
“É um espaço muito procurado pra essa época. Dá pra reunir mais pessoas, é mais intimista e possui equipamentos que permitem como som, telão… é super acessível. A procura está muito grande”, explica Elyne.

Movimento até 80% maior em dezembro

Para o salão tradicional do restaurante, a estimativa é de aumento entre 70% e 80% no movimento em comparação aos demais meses do ano. “A gente já tem eventos fechados de buffet, formaturas, festas infantis. É um período muito forte”, reforça a gerente. Entre os pratos mais pedidos, a chapa mista paraense segue na liderança, especialmente para grupos maiores, enquanto vatapá, maniçoba, tacacá e o tradicional açaí também são destaque.

Um mercado aquecido, mas mais pulverizado

De acordo com Fernando Soares, representante do setor e integrante do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, o movimento de fim de ano no Pará também é favorecido por eventos paralelos e pelo surgimento de novos pontos gastronômicos na cidade. Mas, segundo ele, o comportamento do consumidor mudou — e o formato das confraternizações também.

“O setor de alimentação fora do lar fez contratações temporárias ou chamou prestadores de serviço desde a COP. Houve uma seleção natural de pessoas para trabalharem no setor”, afirma Soares. Ele também cita que eventos como campeonatos esportivos têm ajudado a manter a movimentação na capital.

No entanto, ele destaca duas características do momento atual: a diversificação do público e a pulverização das empresas. “Hoje você tem ambientes mais elitizados e menos elitizados, e todos estão ganhando alguma coisa. Mas não sei te dizer o volume porque houve uma pulverização muito grande no setor”, explica.

As confraternizações, segundo ele, também mudaram de perfil. “Antes, grandes empresas faziam grandes eventos em determinados locais. Isso já não acontece há anos, não com a mesma intensidade. Hoje o que temos são grupos de amigos da empresa, pequenos grupos que se organizam, escolhem um cardápio e dividem ali entre eles.” Como exemplo, ele cita unidades policiais que fazem encontros internos por delegacia, e não grandes festas unificadas.

Expectativa é de manter ou superar 2023

Para Soares, a previsão é de que o setor mantenha pelo menos o desempenho do ano passado, com possibilidade de crescimento leve. “Talvez haja um acréscimo que eu não sei estabelecer em que volume, principalmente pelas novidades gastronômicas e empresariais. A gente acredita que vai ser uma alavancadazinha boa… esperamos que sim.”

Com a ampliação da oferta gastronômica, a demanda antecipada por espaços e a retomada das confraternizações presenciais, bares e restaurantes paraenses se preparam para fechar o ano com saldo positivo. E, no salão ou nos espaços exclusivos, o público segue em busca de boa comida, encontros e da experiência típica da culinária regional que marca o fim do ano no estado.