Comércio no Pará cresceu 9,4% entre janeiro e outubro e 0,5% em comparação com setembro
Em relação a outubro do ano passado, houve recuo de 1,1%
O comércio varejista, no Pará, teve aumento acumulado de 9,4% em volume de vendas entre janeiro e outubro, aponta a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, na comparação entre outubro deste ano e o mesmo mês do ano passado, houve queda de 1,1%. Já entre setembro e outubro o setor no Pará apresentou alta de 0,5%, também no volume de vendas.
O resultado mais recente é melhor do que o divulgado em setembro, quando o índice de vendas passou de -1,2% em agosto para -2,5% no mês seguinte. Em comparação com o mesmo período do ano de 2020, a queda permaneceu em destaque, já que em setembro do respectivo ano a variação era de -1,4% quando comparada ao mês atual. Na variação acumulada do ano, o comércio paraense também teve retração em relação a agosto, passando de 12,5% neste mês para 10,8% em setembro, ficando em sexto lugar na variação do ano de 2021.
Em âmbito nacional, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 0,1% na passagem de setembro para outubro deste ano. Ainda de acordo com o IBGE, foi a terceira queda consecutiva do indicador, que acumula no trimestre uma perda de 1,8%. O setor também recuou 7,1% na comparação com outubro de 2020. No acumulado do ano e em 12 meses, o comércio varejista apresenta altas de 2,6%.
No período pesquisado, cinco das oito atividades pesquisadas tiveram queda no volume de vendas: livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%), combustíveis e lubrificantes (-0,3%), supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%), informa a Agência Brasil.
Por outro lado, três atividades apresentaram alta: tecidos, vestuário e calçados (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%).
O vice-presidente de Comércio da Associação Comercial do Pará (ACP), Makram Douraid Said, afirma que, no Pará, o crescimento esperado pelo setor até o final do ano é de 10%, em comparação com 2020. “Estamos otimistas, pois observamos que as pessoas estão retornando às lojas, de fato, com o aumento da população. Mas o fato de não ter tido Círio neste ano, assim como no ano passado, é um fator que deve ser levado em consideração, já que é o nosso principal evento. Com a suspensão do Círio, muita gente deixa de vir para Belém, o que causa quedas significativas do movimento”, afirma.
Makram Said destaca também que o comércio de itens básicos para a sobrevivência é o que possui maior procura. “O principal setor do varejo em volume de vendas é o de alimentos. Quando as pessoas têm dinheiro compram comida. Em seguida, podemos destacar o setor de vestuário e o de eletrodomésticos”, informa.
Com 40 anos de existência, a Casa Santa Quitéria, mercearia de modelo tradicional localizada no bairro do Umarizal, em Belém, foi um dos estabelecimentos que precisou modificar sua forma de trabalhar para enfrentar as dificuldades trazidas pela pandemia. Segundo Otávio Henriques Rodrigues Júnior, proprietário do negócio, a venda de bebidas alcóolicas por um aplicativo digital e a utilização de redes sociais para a manutenção do contato com os clientes foram algumas das saídas encontradas para a ampliação do atendimento.
“Aumentamos muito a gama de produtos também, como a quantidade de garrafões de água. Com a pandemia, tivemos que reinventar tudo. Assim, meu fluxo de vendas aumentou muito do ano passado para cá. Sem dúvida, isso foi resultado da diversificação de formas de atendimento aos clientes”, reitera.
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