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Comércio de Belém espera melhora nas venda de roupas para o Réveillon

Pesquisa feita pela CNDL e SPC Brasil aponta que os consumidores pretendem gastar até R$ 260 para o look da virada

Maycon Marte e Gabi Gutierrez

No Réveillon, a tradição das cores para atrair dinheiro, amor e prosperidade para o novo ano impulsiona o mercado varejista de roupas e acessórios. Isso reflete na pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que diz que mais de 50% dos consumidores brasileiros afirmam que pretendem comprar roupas e acessórios novos para a virada. No entanto, no centro comercial de Belém, em 2025, o cenário de vendas ainda não acompanha o nível do ano passado, segundo os trabalhadores do setor.

O levantamento da CNDL e do SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas, também aponta que o consumidor planejou gastar, em média, R$ 380 nos eventos de fim de ano. Em 2024, o ticket médio estimado era de R$ 324, o que representa um crescimento nominal de aproximadamente 17% na intenção de gasto. O vestuário segue como o principal item das compras de fim de ano. 55% dos consumidores entrevistados na pesquisa pretendem comprar roupas, sapatos e acessórios pra data. Os gastos com vestuário devem ser em média de R$ 261, estima o estudo.

Mesmo com o crescimento na expectativa, na capital paraense, vendedores e lojistas relatam que a procura por peças para a virada do ano existe, mas ocorre de forma mais contida, o que tem levado o setor a apostar em promoções e liquidações antecipadas para atrair consumidores e reduzir o estoque antes de 2026.

De acordo com Juliana Guerreiro, vendedora de uma loja de moda feminina, o desempenho ao longo de 2025 já indicava um fim de ano mais difícil. “A expectativa pro Ano-Novo é fraca, porque o começo já foi fraco. Comparando o ano passado com esse, tá sendo bem abaixo”, afirma. Diante do cenário, a estratégia tem sido reduzir preços para estimular as vendas.

Juliana revela que a estratégia utilizada pela loja em que trabalha é usar de ações promocionais para não deixar o estoque de festas de fim de ano para o próximo: “gente põe promoções, põe black, pra eliminar pelo menos as peças que estão na vitrine, pra não sobrar pro ano que vem”, explica.

Segundo Juliana, os valores promocionais variam conforme o tipo de peça, com preços entre R$ 20 e R$ 60. A loja trabalha exclusivamente com moda feminina, com peças como blusas estilo ‘croppeds’, vestidos e moda praia. Entre os itens mais procurados estão os croppeds e peças associadas a tendências populares nas redes sociais. “É o que está nos ajudando nas vendas”, resume.

Avaliação semelhante é feita por Liliane Silva, vendedora de outra loja do setor, também no bairro da Campina. Ela afirma que, embora tenha havido movimento no período de fim de ano, o desempenho ficou abaixo do esperado. “Foi bom, mas não supera nossas expectativas. Foi bem abaixo do ano passado”, diz. Após o Natal, segundo ela, houve uma leve melhora na circulação de clientes. “Já deu uma melhorada no movimento”, relata.

Para impulsionar as vendas de última hora, as lojas têm concentrado esforços nos dias finais do ano. “A gente faz a promoção nos dois últimos dias pra finalizar o final do ano e tenta investir em uma vitrine mais atrativa”, explica Liliane.

Seguindo a tradição, o foco principal está nas peças brancas, tradicionais para a virada. 41% dos entrevistados dizem querer atrair paz para o novo ano, vestindo branco, seguido por cores como dourado, associado à riqueza, e prata, ligado ao sucesso — tonalidades que costumam ter forte apelo em lojas físicas, especialmente em Belém, onde a tradição das cores para o Réveillon é marcante: “Elas preferem realmente mais vestidos e o branco é tradicional, sempre ganha nas vendas”, afirma Liliane. 

“A gente baixa o preço pra não ficar no estoque”, diz Liliane, destacando que o que não for vendido agora tende a entrar novamente em liquidação em janeiro.