Comerciantes tentam não passar alta da manteiga aos clientes
Consumidora atesta que tem comprado o produto com o mesmo preço há meses
Entre os produtos que compõem a alimentação básica que ficaram mais caros neste ano, na capital paraense, a manteiga se destaca. Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) mostram que o quilo da manteiga era comercializado pelo preço médio de R$ 37,68, em junho do ano passado, nas padarias e supermercados de Belém. Já em junho de 2019, ela estava custando, em média, R$ 40,47, o quilo, reajuste de 7,40% em 12 meses.
A pesquisa revela, ainda, que no acumulado do primeiro semestre, o aumento foi de 2,38%, com o quilo do produto sendo comercializado pelo valor médio de R$ 39,78 o quilo, no mês de janeiro. Já em maio o valor estava em R$ 39,65, tendo aumento de 2,07% no mês seguinte.
Proprietário de uma panificadora na travessa Mauriti com Rua Nova, no bairro da Pedreira, Antônio Fernandes Gouveia, de 56 anos, conta que comprava a lata de 10 quilos de manteiga por R$ 210. Atualmente, está comprando por R$ 220, do mesmo fornecedor e marca, que ele considera de melhor qualidade. Porém, ele acredita que, a exemplo de outros produtos, isso pode ser sazonal e o preço pode baixar novamente.
"Eu rodo muito, tenho os meus preços na cabeça, pesquiso, algumas coisas não têm jeito, mas acho que se você rodar, ainda consegue encontrar produtos pelo mesmo preço de antes".
Apesar do reajuste em alguns alimentos que ele utiliza nos produtos da panificadora, ele afirma que ainda não passou o reajuste aos clientes. "Os nossos preços, praticamente, são os mesmos de cinco anos. Eu suporto e acho que alguns reajustes são sazonais. O trigo, por exemplo, teve reajuste de R$ 2 o saco e continuo com os mesmos preços, porque sei que ele está nessa gangorra há muito tempo. O mesmo acontece com a manteiga".
A dona de casa Maria Inácia Barbosa Moreira, 56 anos, conta que compra um pote de manteiga de meio quilo entre R$ 15 e 18, dependendo da marca. "Eu não senti muita diferença no preço".
Com mais esse aumento de preço da manteiga, anunciado pelo Dieese/PA, a Cesta Básica na cidade custou R$ 407,67 e comprometeu na sua aquisição 44,40% do atual salário mínimo de R$ 998,00, no mês de junho deste ano. De acordo com o Dieese, a alimentação básica do belenense continua entre as mais caras do Brasil, puxada por alguns produtos que tiveram aumento considerável esse ano, como o tomate, que apesar do recuo de preço de 7,87% em junho, na comparação com maio, no acumulado dos últimos seis meses chegou a ter alta de 19,33%. O preço do café, por outro lado, caiu 8,77% neste mesmo período (janeiro a junho de 2019).
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