Carne bovina encerrou 2021 com alta acima da inflação no Pará; aumentos devem continuar em 2022
Pesquisa do Dieese constatou reajuste de 14% nos últimos doze meses
A carne bovina consumida pelos paraenses fechou 2021 com os preços em alta. Novembro de 2021 foi o décimo mês consecutivo no qual o quilo do alimento apresentou alta nos açougues, mercados e supermercados de Belém.
Enquanto em novembro de 2020 o quilo dos cortes Coxão Mole/Chã, Cabeça de Lombo e Paulista foi comercializado em média a R$ 32,10, no mesmo mês de 2021 o preço já havia atingido R$36,63.
Os dados são do Departamento Intersindical de Estudo Socioeconômicos e Estatística do Pará (Dieese-PA) e denotam um aumento de 10,23% - acima da inflação para o período, que foi de 9,36% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nos últimos doze meses, o reajuste alcançou a marca de 14,11%, também acima da inflação para o período, que foi de 10,96%.
O Dieese lembra que, como na cesta básica a previsão de consumo mensal da carne bovina por trabalhador no Pará é de 4,5 Kg, o gasto total do trabalhador com a carne bovina foi de R$ 164,84 em novembro de 2021, o que representa um impacto de 16,20% em relação ao salário mínimo atual.
Isso significa que o tempo de trabalho necessário para adquirir o produto foi de 32 horas 58 minutos.
E o preço da carne deve continuar subindo em 2022, segundo projeção de Guilherme Minssen, diretor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará.
"A lei de compra e venda mostra que a pecuária brasileira tem a carne mais barata do planeta. E no Brasil a carne mais barata é do Pará, ou seja, vai continuar crescendo sim o preço durante o ano, porque o boi tende a subir mais mesmo depois do embargo chinês", afirma ele sobre a demanda pelo produto.
Para a dona de casa Tânia Cristo, a melhor opção é garantir carne para o mês inteiro nas compras do supermercado, além de ficar de olho nos descontos oferecidos. Ela tem optado pela carne moída na maioria dos dias da semana.
Nos almoços de família aos domingos, o corte escolhido é a alcatra. "Picanha tem tempo que a gente não come, porque cada peça na bandeja é no mínimo R$80. Já vi até de R$150. Não dá para comprar com frequência igual se fazia uns anos atrás", afirma.
Apesar do clima de alta provocado pela inflação brasileira nos últimos meses, um produto teve redução no preço em novembro de 2021: o leite. Em outubro de 2021, o produto custava em média R$ 5,71 e, em novembro, R$ 5,65.
O resultado representa um litro de leite 1,05% mais barato, mas a alta acumulada dos meses anteriores, entre janeiro e novembro, foi de 9,28%. Em dezembro de 2020, por exemplo, o leite estava custando R$ 5,17 na capital paraense.
Palavras-chave