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Bares, restaurantes e academias em Belém estão na expectativa de reabrir

Ainda não há uma data certa para o retorno das atividades desses setores que estão entre os primeiros a ser afetados pelo isolamento

Redação Integrada

Até esta sexta-feira, 19, não havia definição sobre retorno de atividades, em Belém, como academias, bares e restaurantes. Por isso há uma expectativa grande em relação à retomada dessas atividades, que estão entre os primeiros afetados com as medidas restritivas. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará informou que a Prefeitura ficou de agendar uma nova data e avisar as entidades. Por enquanto, esse segmento só pode funcionar no sistema delivery e pronta entrega.

Proprietário de duas academias em Belém e em processo de construção de uma terceira unidade, Ruy Randel acredita que questões políticas possam estar dificultando o retorno do setor. A expectativa dele é de que as academia só poderão reabrir suas portas em julho. “A gente fechou no dia 19, antes do decreto, e precisou demitir oito pessoas, logo no início, porque tinha um quadro esperando esse período ‘pré-verão’, antes de julho, que movimenta mais. Então, a gente tinha um quadro maior de funcionários, para atender essa demanda, mas devido às atividades terem sido encerradas, a gente precisou demitir”.

Ele afirma que a falta de planejamento também prejudicou o setor, que ficou impossibilitado de atender outra demanda que surgiu nesses últimos meses: a de aluguel de máquinas e equipamentos por parte dos próprios alunos, que queriam continuar praticando os exercícios em casa. “Porque se tivessem anunciado que seriam 60 ou 90 dias fechados, ficaria mais fácil de fazer um planejamento. Teve uma procura pelos próprios alunos, mas a gente deixou de alugar, porque sempre diziam que ia abrir em uma semana ou quinze dias. Se tivesse um planejamento do governo ou da prefeitura, a gente poderia alugar e teria um retorno pelo menos com o aluguel das máquinas, coisa que se tornou difícil, porque sempre a gente estava na expectativa de reabrir”, diz Ruy.

Nos últimos meses, ele procurou investir nas mudanças necessárias para atender às regras de segurança em seu estabelecimento, como aquisição de máquina para desinfecção do ambiente, nas duas unidades em funcionamento, instalação de totens de álcool gel, e confecção de três máscaras de proteção facial para cada funcionário, além da sinalização interna para garantir espaçamento de um metro e meio entre as pessoas e isolamento de alguns equipamentos.

O empresário conta que conseguiu pagar suas despesas e fazer os investimentos necessários com os recursos que estavam separados para o processo de expansão da academia, que teria uma terceira unidade inaugurada entre outubro e novembro. Esse dinheiro que ia ser injetado na obra foi direcionado para o pagamento de férias de funcionários - depois houve suspensão do contrato de trabalho. Ele também conseguiu honrar os aluguéis e pagar outras contas. “Para a compra dos EPI usei o cartão de crédito da empresa. A gente não chegou a ter um grau de endividamento, mas parou o processo de expansão totalmente. Era para inaugurar em outubro ou novembro de 2020 e adiou para março de 2021, dependendo como for a retomada”.