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Após agenda com Lula, Macron afirma estar disposto a assinar acordo UE-Mercosul, mas com mudanças

Presidente francês sobre pressão de agricultores do país, que pedem uma rejeição "firme" ao acordo comercial

Agence France-Presse (AFP)

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou estar disposto a assinar o acordo comercial UE-Mercosul até "o final do ano" se mudanças forem incluídas para proteger os agricultores europeus, em declarações à GloboNews.

A entrevista foi gravada na quinta-feira, após seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tê-lo incentivado, durante uma coletiva de imprensa conjunta, a "abrir o coração" ao acordo e concluí-lo durante a presidência brasileira do Mercosul, no segundo semestre de 2025.

Sob pressão de seus agricultores, que pedem uma rejeição "firme" ao acordo comercial, Macron o considerou "bom para muitos setores" no atual contexto de tensões comerciais devido às tarifas de Donald Trump.

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No entanto, defendeu a inclusão de "cláusulas de salvaguarda e cláusulas-espelho" no acordo para proteger o setor agrícola europeu da concorrência dos agricultores sul-americanos, que têm normas de produção consideradas mais competitivas.

Questionado pela GloboNews se estaria "disposto" a assinar o pacto até o final do ano caso o Mercosul concorde em incluir essas mudanças, Macron respondeu: "Sim, porque convenceremos nossos agricultores e camponeses de que este acordo é bom para eles".

"Sou a favor de um protocolo adicional que permita cláusulas-espelho ou cláusulas de salvaguarda, que de alguma forma conciliem os nossos interesses", explicou o presidente na entrevista subsequente no Palácio do Eliseu.

Segundo Macron, os agricultores europeus têm normas mais rígidas sobre o uso de produtos fitossanitários, portanto, se os países do Mercosul quiserem exportar seus produtos agrícolas para a UE, devem cumprir "as mesmas regras".

Além dessas "cláusulas-espelho", um protocolo deve permitir "a ativação de uma cláusula de salvaguarda" para determinados setores caso o comércio acabe "desregulamentando repentinamente o mercado", acrescentou.

A Comissão Europeia, que negocia em nome da UE, alcançou um acordo comercial em dezembro com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, mas ainda não definiu qual mecanismo adotará para sua aprovação e ratificação pelo lado europeu.

Se ratificado, a UE, maior parceiro comercial do Mercosul, poderá exportar com mais facilidade carros, máquinas e produtos farmacêuticos, enquanto o bloco sul-americano poderá exportar mais carne, açúcar, soja, mel e outros produtos para a Europa.

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