Algodoal, Cotijuba, Mosqueiro e Marajó já alcançaram toda a capacidade de reservas de hospedagens
Com a chegada do Réveillon, muitos empresários do setor esperam melhora no faturamento
Os principais destinos de viagem dentro do Pará devem ficar movimentados durante as comemorações de final de ano. Um levantamento feito pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRB-PA) mostra que os estabelecimentos de hospedagem de Algodoal, Cotijuba, Mosqueiro e da região do Marajó já alcançaram toda a capacidade de reservas de hóspedes para o período. Alter do Chão, em Santarém, está com 95% das reservas ocupadas, enquanto em Salinópolis a ocupação gira em torno de 75%, já que muitos ainda aguardam para saber se haverá restrições de festas privadas antes de fechar o pacote. Além disso, representantes da entidade afirmam que o setor de hospedagem ainda concorre com o mercado imobiliário na cidade – famílias priorizam aluguel de casas para a temporada.
Assessor jurídico do Sindicato, Fernando Soares diz que a expectativa do setor em relação ao ano passado é a melhor possível, já que o cenário está bem diferente no que diz respeito ao controle da crise sanitária da pandemia da covid-19. “A população já está vacinada; embora isso não impeça o contágio, diminui os efeitos de um eventual contágio. Então a gente espera que haja uma melhora acentuada em relação a 2020”, adianta.
Os cancelamentos das festas e eventos com maior participação de público são necessários, sendo ele. “Há um alastramento muito grande da nova Cepa. É preocupante, assustador, tira um pouco o brilho da festa, que é uma oportunidade dos informais ganharem dinheiro, mas temos que acreditar que isso vai melhorar, é uma questão de tempo. Este será mais um ano em que os empresários não ganharão o que deveriam. Não é o cenário que gostaríamos, mas é o que temos. Vai impactar, mas bem menos que o ano passado, e a nossa expectativa é de que haja uma melhora extrema, com o dobro do faturamento, talvez até o triplo do que foi no ano passado”, aponta Fernando.
Empresários têm boas expectativas
Em Salinópolis, município que atrai uma grande quantidade de turistas todo final de ano, os empresários estão empolgados com o movimento do Ano Novo. Segundo a funcionária de um hotel que já existe há 16 anos na cidade, Odinete Cabral, 80% dos quartos já estão reservados para este final de ano, com uma grande procura por parte dos visitantes. Ela conta que isso sempre foi comum na empresa e, antes da pandemia, os turistas continuavam procurando vagas intensamente mesmo após as reservas terem esgotado.
“Nesse ano também está sendo grande a procura. Em relação ao ano passado, em que a pandemia estava mais intensificada, com certeza está bem melhor. Vejo essa retomada econômica como uma luz que surgiu em meio à escuridão, pois não foi nada fácil para ninguém passar por isso, tanto para os empregados como para os empresários. Estamos com a esperança de que conseguiremos recuperar o faturamento perdido durante a crise, e para o ano que vem as expectativas são as melhores possíveis e conseguiremos voltar ao fluxo normal de hospedagem”, adianta Odinete. O hotel oferece um pacote de três diárias, como todos os anos, e terá programação de show e fogos na virada de ano. Em relação aos custos, o aumento foi de 10% em relação ao Réveillon passado – a explicação é que o custo de insumos está mais alto este ano.
Já em Algodoal, praia localizada no município de Maracanã, apesar de haver a expectativa de um grande público no Ano Novo, alguns empresários ainda não comemoram totalmente. Advogado e proprietário de uma pousada na região desde 2019, Marcelo Vidinha, de 43 anos, conta que todas as suítes já foram reservadas. Mas, mesmo assim, o cenário ainda não é de recuperação.
“Antes da pandemia da covid-19, a procura dos hóspedes já era intensa, mas a crise sanitária mudou isso. Agora, antes da nova variante, a demanda estava maior. Por incrível que pareça, neste ano tivemos um pouco mais de dificuldade para fechar nossos pacotes. Acreditamos que isso ocorreu por conta do lockdown e das medidas restritivas, o que causou a necessidade uma procura maior quando estas foram suspensas”, comenta. A aguardada “retomada econômica” ainda não é uma realidade, segundo Marcelo, já que várias perdas foram acumuladas no período de pandemia. “O cenário é incerto, mas tenho esperança de que melhore”, diz. Quanto aos custos da hospedagem, houve um aumento em sua pousada, em relação ao ano passado, motivado pelos reajustes ocorridos, desde energia elétrica até material de limpeza e itens para preparação do café da manhã.
Marajó é destino de estudante
Entre tantas pessoas que irão aproveitar o final do ano para viajar está o estudante de arquitetura Lucas Araújo, de 27 anos, que vai ao Marajó. Ele conta que costuma sempre viajar pelo litoral paraense com a sua família, mas, no Réveillon de 2020 para 2021, para evitar aglomerações, eles acharam melhor ficar em casa. “A pandemia mudou muita coisa nesses tempos. O Réveillon será bem especial e estou muito ansioso para dar fim ao ano velho, já que desde o começo da pandemia foi bem difícil. Claro que sei que as festas de fim de ano serão um pouco diferentes das anteriores, mas, com o avanço da vacinação e do número crescente de pessoas se vacinando, será possível entrar em 2022 com o pé direito”, comenta.
Lucas vai passar pelo menos 15 dias no Marajó, em Salvaterra, e escolheu a região porque alguns familiares estão lá e todos vão passar a virada de ano juntos. Vai aproveitar, inclusive, para conhecer o filho recém-nascido de sua prima, que, por conta da pandemia, ainda não teve contato.
Segundo o estudante, nesta época a procura de turistas fica intensa no Marajó, e alguns hotéis e pousadas estão com reservas desde agosto. Os preços variam de R$ 180 a 400 por diária, de acordo com o tipo de cada hospedagem. O custo das passagens para a região também aumentou, de acordo com Lucas. “Estão um pouco mais caras que o normal, com aumentos de lanchas e navios. Saindo do Terminal Hidroviário de Belém, a passagem custa R$ 39 na lancha rápida e R$ 29 no navio. Chegando na Vila do Camará, você paga uma van para chegar em Salvaterra, que, atualmente, custa R$ 13. São 37 quilômetros da Vila até a cidade e as vans são todas confortáveis”, afirma.
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