Praça Brasil vira point gastronômico em Belém e empreendedores comemoram
No coração do Umarizal, praça oferece opções de esportes, lazer e comidinhas ao ar livre
A chapa é quente na Praça Brasil, no bairro do Umarizal, em Belém. A frase é literal porque a praça tem um comércio de rua aquecido, com venda de churrasquinhos na brasa, sanduíches e doces, sem falar no guaraná da Amazônia, que reina absoluto entre as bebidas favoritas do público, das 8h à meia-noite.
No último domingo (17), uma única barraca vendeu R$ 3 mil só de morango de amor. A vinte reais a unidade, a barraca faturou R$ 6 mil com um único produto, e ela vende bolo de pote, bolo em fatias, brownies, monteiro lopes e outros.
“A gente fez essa contagem conforme foi vindo (o público) e a gente foi trazendo mais, também tem aquela questão da qualidade. A produção é diária, porque o açúcar se desfaz e o morango solta muito líquido”, contou Nicole Maciel, de 20 anos, sobre a super venda de morangos, da barraca em que ela trabalha.
As barracas de comida fazem um L na Praça Brasil, pela lateral da travessa Dom Pedro I à rua Cônego Jerônimo Pimentel. Os negócios, dizem os empreendedores, vão bem. A barraca em que Nicole trabalha, é uma das poucas de doces, situada entre duas outras de sanduíches e de churrasco feitos na hora.
Empreendedores estão satisfeitos com as vendas
"É trabalho, mas tem valido a pena. Vale”, disse Bruno Lobato, à frente de uma barraca junto com a esposa Beatriz e mais quatro funcionários. Eles vendem churrascos na chapa, há quase três anos na Praça Brasil.
“Começamos geralmente às seis e meia da tarde até às onze meia, meia-noite, de domingo a domingo. Uma base de seis horas de trabalho por dia, com uma folga semanal. O nosso valor mínimo de refeição começa a partir de R$ 9,99, que é calabresa acebolada, e compõe arroz, baião, farofa, vinagrete, um prato individual”.
"O mais caro que nós temos serve até duas pessoas, é R$ 34,00, que já vem frango, carne, charque e calabresa, arroz, baião, farofa e vinagrete, também. É uma boa refeição. O que sai mais? É essa chapa Dois Amores, de R$ 34,00”, diz Bruno, sorridente.
Guaraná da Amazônia reina absoluto
Na noite da última terça-feira (19), em pleno início da semana, a frequência de pessoas era intensa na Praça Brasil. Um público diverso e com distintos interesses na praça. Gente caminhando, crianças brincando no pula-pula, e grupos de amigas e de casais com filhos esperavam os lanches, em confortáveis cadeiras de papo pro ar.
"A gente gosta do perímetro, que é bem movimentado. Aí a gente tem aquela sensação de não estar num lugar deserto, se sente seguro, e também pela comida. A comida é boa”, disse Lívia Ribeiro, professora de língua portuguesa, na esfera pública. Ela estava com o marido, o militar da Aeronáutica, William Ribeiro, e o filho do casal, Arthur Ribeiro, 7 anos. A família comia churrasquinho.
Somente do guaraná da Amazônia são 10 barracas e o preço é padrão na Praça Brasil. O tradicional é R$ 20, os de fruta são R$ 25, e o de morango R$ 30, esse último está mais caro, disseram os vendedores, por causa da alta do preço do morango, após a moda do morango do amor.
“Eu trabalho aqui desde o ano passado para dona Aucilene, a dona da barraca. Ela me disse que foi a última a instalar o ponto nesse local há mais de 10 anos”, disse Sara Lima, 40 anos, enquanto fazia o guaraná da Amazônia, em copão de 500 ml ou em copos de 250 ml, para clientes a pé ou de carro.
O guaraná tradicional, explicou Sara, leva xarope de guaraná, leite condensado, castanha de caju, amendoim e mais leite líquido. “E nós colocamos pedaços de abacate para ficar cremoso, gostoso”, contou ela achando graça.
Há guaraná de açaí, de bacuri, de banana, de capuccino, de chocolate, de cupuaçu, o mix (abacaxi e banana). Todos saem com facilidade, afirmaram os vendedores. Eles ressaltaram que há uma leve preferência pelo tradicional, talvez, por ser o mais em conta.
‘Eu vendi 42 medidas de tradicional, e umas 10 de morango, e assim vai indo’, diz vendedora
"Por noite, eu vendo mais ou menos uns R$ 800, R$ 900, quando a venda está ruim. Quando a venda é boa, eu faço R$ 1.300. Eu não tenho noção de quantos copos. É mais fácil, para mim, contar pela medida. Eu vendi 42 medidas de tradicional, e umas 10 de morango, e assim vai indo”, disse Sara Lima, que trabalha por comissão de 20% sobre o total da venda de guaraná. Ela trabalha num dia e folga no outro, e se vende mil reais, ganha R$ 200 pelo dia de serviço.
Depois de caminhar, a família de Elenildes Vale parou para tomar o guaraná da Amazônia. "Eu gosto do tradicional, por quê? Na verdade, eu nunca provei outros sabores”, disse ela ao lado do marido, o porteiro Antônio Reis, fã raiz da bebida. “Ixi, eu tinha, acho que 20 anos, eu já tomava guaraná, sempre tomei, estou com 49 anos de idade. É uma tradição, é bom, dá uma energia”, falou Antônio, enquanto esperava o copão dele ficar pronto.
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