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13º salário deve injetar R$ 7,6 bilhões na economia do Pará; veja quem recebe e quanto

Segundo estimativas do Dieese/PA, mais de 2,3 milhões de pessoas serão beneficiadas

Eva Pires | Especial para O Liberal

O pagamento do 13º salário deve movimentar a economia paraense neste fim de ano. De acordo com estimativa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), o valor total injetado no Estado até dezembro de 2025 deve chegar a R$ 7,6 bilhões, beneficiando mais de 2,3 milhões de pessoas — entre trabalhadores formais, domésticos com carteira assinada e aposentados e pensionistas. O montante representa um crescimento de quase 7% em relação ao número de beneficiários do ano passado, quando cerca de 2,18 milhões de pessoas receberam o 13º. Segundo o Dieese, o valor médio a ser pago em todo o Pará neste ano é de R$ 2.958,74, sem incluir os aposentados e pensionistas dos regimes próprios do Estado e dos municípios.

Quem recebe e quanto

Entre os beneficiados, 1,46 milhão são trabalhadores assalariados dos setores público e privado, o que corresponde a 62,7% do total. Para esse grupo, o valor médio do 13º salário será de R$ 3.832,92. Outros 30 mil trabalhadores domésticos com carteira assinada também receberão a gratificação, com média de R$ 1.851,00. Já os 838 mil aposentados e pensionistas vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem receber, em média, R$ 1.474,69.

O levantamento mostra ainda que os trabalhadores formais (incluindo domésticos) responderão por R$ 5,65 bilhões do total, ou 74,2% do valor global. Já os aposentados e pensionistas ficarão com R$ 1,96 bilhão, o equivalente a 25,8% do montante a ser distribuído.

Com esses números, o Dieese estima que o pagamento do 13º salário corresponderá a 2,6% do PIB estadual — um impacto expressivo na economia paraense, especialmente no comércio e nos serviços.

Panorama nacional

Em nível nacional, o estudo do Dieese aponta que o pagamento do 13º deve injetar R$ 369,4 bilhões na economia brasileira até o fim do ano, beneficiando 95,3 milhões de pessoas. O valor médio por trabalhador é de R$ 3.512,00, o que representa cerca de 2,9% do PIB nacional.

A maior fatia desses recursos (49,6%) será paga na região Sudeste, seguida pelo Sul (17,3%), Nordeste (16,4%), Centro-Oeste (9%) e Norte (5%). No topo do ranking de valores médios está o Distrito Federal, onde o 13º deve ser de cerca de R$ 5.877,00. Já Maranhão e Piauí apresentam as menores médias, em torno de R$ 2.400,00.

Prazos e uso do dinheiro

Por lei, a primeira parcela do 13º salário deve ser paga até o dia 30 de novembro, enquanto a segunda parcela tem prazo máximo até 20 de dezembro. O valor equivale a 1/12 da remuneração mensal por mês trabalhado. Trabalhadores que foram contratados após janeiro recebem o valor proporcional.

Quem optou por receber parte do 13º nas férias terá direito apenas à segunda parcela em dezembro. Todos os descontos, como INSS e Imposto de Renda, são aplicados na segunda parte do pagamento.

Efeito no consumo e nas dívidas

Segundo o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, o 13º continua sendo uma das principais fontes de movimentação da economia no fim do ano. Parte considerável desse dinheiro deve ser usada para quitar dívidas, como cartões de crédito e financiamentos, mas também impulsionará setores como comércio e serviços.

“Mesmo com adiantamentos já realizados nas férias ou para aposentados do INSS, o montante que ainda vai circular até o fim de novembro e dezembro é bastante volumoso e tem impacto direto na geração de renda e trabalho”, destaca Costa.

Além do estímulo imediato ao consumo, o Dieese aponta que o pagamento do 13º ajuda a equilibrar as contas familiares, a aumentar a arrecadação de impostos e planejar o orçamento de 2026 com mais tranquilidade. Com o crescimento do número de beneficiários no Pará e a injeção de R$ 7,6 bilhões na economia, a expectativa é de maior movimentação nas vendas de fim de ano, especialmente no comércio e no setor de serviços.