Alta no preço da farinha se mantém em Belém
Consumidores e vendedores no comércio local sentem os preços elevados desde o fim do ano passado
“Desde o ano passado que a gente já está comprando com aumento as coisas”. O relato do vendedor de farinha, Wesley Ronald, em uma das feiras de Belém reflete os dados levantados sobre a alta do preço da farinha. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos quatro primeiros meses deste ano, a farinha de mandioca ficou 6,74% mais cara na capital paraense. No comércio local, a farinha tem variado de R$ 5 a R$ 15 reais o litro, considerando origem e qualidade do produto.
No caso da farinha, só no último mês de abril, o aumento registrado foi de 0,64%. Embora a alta nos preços tenha seguido constante desde o início do ano, como esclarece o Dieese, comerciantes atestam uma queda pouco significativa no valor do produto. Em uma das vendas da cidade, houve queda de em média R$ 1 a R$ 5 reais em alguns tipos de farina, mas a estratégia parece ser particular de alguns vendedores para manter algum lucro sem perder a clientela.
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O fornecimento com valores elevados, segundo previsões do Dieese, poderia normalizar no mês de Maio com o fim da entressafra, entretanto, o vendedor nega uma possível retomada da queda nos valores. De acordo com Wesley, que vende o produto há muitos anos, “está tudo no mesmo preço ainda e nem o fornecedor quer baixar (o preço)”.
Em outro ponto da cidade, o comerciante José Ribamar, explicou que o abastecimento do comércio local costuma ser feito semanalmente de acordo com a demanda, sendo assim, preços elevados podem reduzir a saída e prejudicar ainda mais os lucros. O vendedor lembra que antes da subida, a saca que custava R$ 500 agora sai por R$ 800. Na sua venda, a farinha mais barata custa R$ 8 e a mais cara sai por R$ 15, para ele, novos aumentos no preço que vem dos fornecedores podem dificultar mais ainda a rotina. ainda explica que o abastecimento ocorre semanalmente de acordo com a demanda, o que sofre influência direta do consumo dos clientes e consequentemente do preço disponível para venda.
A consumidora Íres Nogueira não abre mão de consumir o produto, mas lamenta que o preço se mantenha já a tanto tempo. “Está muito alto, 1 litro por R$12 reais eu acho um absurdo”, afirma. Segundo ela, além do preço, a qualidade da farinha disponível para venda também caiu. A impressão da consumidora, diz respeito a continuidade da alta no preço do produto que, segundo os dados do levantamento feito pelo Dieese, no período de 12 meses, contando de abril do último até o último mês, registrou uma alta de 11,64%.