Abate bovino cresce 22% no Pará em um ano
Aumento de abate de novilhas influenciou o crescimento de abates bovinos no Estado
O Pará registrou um aumento de 22,3% no número de cabeças bovinas abatidas no segundo trimestre deste ano, com o total de 835.659 abates, em comparação com o mesmo período de 2023, quando foram 682.991 cabeças abatidas. Os dados são da Produção Pecuária, divulgados nesta quinta-feira (05/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Em relação ao primeiro trimestre deste ano, os dados mais recentes mostram um crescimento de 1,49% no abate bovino no Pará, quando 823.330 cabeças do gado foram abatidas. Mantendo a estabilidade, o abate de frangos passou de 13.114.692, no segundo trimestre de 2023, para 13.117.988 cabeças no mesmo período deste ano, equivalente a um crescimento de 0,02%.
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Os dados do IBGE foram obtidos de estabelecimentos que estão sob inspeção sanitária federal, estadual ou municipal. Neste levantamento, não foi considerado o abate de cabeças suínas devido ao valores inibidos.
No contexto geral do país, o Pará ocupa a 7ª posição no ranking nacional de abate, ficando atrás do Mato Grosso (1.834.357); Goiás (1.045.652); Minas Gerais (1.002.551); Mato Grosso do Sul (990.663); São Paulo (984.356); e Rondônia (839.339).
De acordo com o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e zootecnista Guilherme Minssen, o crescimento no número de abates no Estado ocorreu devido ao aumento no abate de novilhas, saltando de 29.654, no segundo trimestre do ano passado, para 40.432 cabeças abatidas no mesmo período deste ano.
Esse fator, segundo ele, não é positivo para o setor produtivo, pois o acréscimo de fêmeas no abate tende a resultar na queda de bezerros no Estado, fazendo com que, no próximo ano, o preço do boi possa aumentar.
"O número de abates cresceu bastante pela imensa crise que está atravessando o setor. O abate cresceu muito, principalmente em matriz, inclusive novilhas, o que nos preocupa é que muita fêmea prenha (gestando) foi para o abate, tudo para salvar a economia pecuarista. Esse aumento é negativo para nós porque teve que se abater dentro do próprio estoque de fêmeas e matrizes que, no futuro, vão fazer falta”, declara o zootecnista.
"Os números de bovinos e suínos têm uma coisa em comum: o baixo poder aquisitivo da população. Não está tendo um consumo de carnes, o que acaba freando toda a cadeia na pecuária, tanto bovina, suína e até na avicultura”, completa o representante do setor produtivo paraense.
Ainda conforme o IBGE, o abate de bovinos no Brasil cresceu 17,5% em comparação com o segundo trimestre de 2023 e 6,7% frente ao primeiro período de 2024. O total de cabeças abatidas chegou a 9,96 milhões, alcançando uma marca histórica desde 1997.
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