DESAPARECIDOS: Ademilson Gomes de Souza está desaparecido desde 2012
Família sonha em reencontrar o construtor para recuperar o tempo perdido e dar a oportunidade a ele de conhecer o neto
O construtor de obras Ademilson Gomes de Souza, de 49 anos, natural de Belém, está desaparecido desde 2012, quando sumiu sem dar explicações. Ele foi visto pela última vez no município de Moju, nordeste paraense, parecendo estar em situação de rua, há mais ou menos 5 anos.
Segundo uma de suas filhas, Luana Melani Alves de Souza, de 22 anos, uma tia, que trabalha para um órgão civil, achou um registro de troca de documento de Ademilson nos sistemas do município de Moju. Em seguida, um tio de Luana foi de carro até a cidade para procurar pelo construtor. As buscas tiveram sucesso, no entanto, Ademilson se mostrou violento e não quis entrar no veículo para retornar à família, que mora em Belém.
Além disso, Luana destaca que, devido à aparência em que foi visto, de cabelos e barba grande, Ademilson parecia estar em situação de rua.
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Luana, que tem um filho de 2 anos, o menino Davi, diz que um dos seus sonhos é reencontrar o pai para viverem uma relação de pai e filha e para ele conhecer seu neto, que, segundo a família, tem características faciais que lembram bastante as do avô.
"Eu quero muito encontrar o meu pai. Eu não quero levar a vida ouvindo a versão dos outros, eu quero saber a versão dele, eu acho importante", desejou Luana.
"Eu tenho um filho que é o 'clone' dele, ao invés de parecer com o pai ou comigo, o meu filho é todinho o meu pai. Então, eu quero que ele tenha a dádiva, o prazer de conhecer o neto dele, o primeiro neto da primeira filha dele. Eu quero que ele possa aproveitar alguma coisa com meu filho, o que eu não aproveitei", contou a atendente.
Luana destaca que não importa o motivo que levou Ademilson a desaparecer, pois reencontrá-lo é mais importante. "Não importa o motivo pelo qual ele desapareceu, o que importa é encontrar ele, abraçar e sentir ele. Eu perdoo ele, não tem esse de 'ah, ele te largou'. Eu quero a versão dele. Todas as histórias têm versões", apontou a moça.
Além de Luana, Ademilson tem mais duas filhas: Beatriz, de 20 anos, e Ana Beatriz, de aparentemente 15 anos, que mora em Barcarena e não é próxima da procurante. A única que tinha contato com a família da filha caçula de Ademilson era a avó paterna de Luana, mas depois de um tempo perdeu a comunicação com a mãe dela.
Suspeita do motivo do desaparecimento
Segundo Luana, a suspeita do motivo do desaparecimento de Ademilson é devido a um trauma pela morte do pai. "O vovô estava doente e, antes de falecer, teve uma discussão com ele, que não era para ele se envolver com a mãe da Ana Beatriz, porque ela já tinha filhos e ele ia acabar engravidando ela. Falou a mesma coisa para ela, que ele não ia ficar com ela e arcar com as responsabilidades. Ele ficou chateado, ela ficou chateada e brigaram feio. Aí o vovô faleceu. E, depois que o vovô faleceu, ninguém mais teve contato com ele", disse a jovem.
A atendente suspeita que o construtor tenha se sentindo culpado pela morte do próprio pai, o que, supostamente, teria abalado fortemente seu psicológico. "Eu interpreto que ele se sentiu culpado pela morte do vovô. Eu falei isso com a minha tia: 'acho que o papai se sente culpado, a gente não sabe como ficou o psicológico dele, ele perdeu o pai dele'. Para ele, todo mundo odeia ele. É assim que funciona a cabeça da pessoa, ainda mais com a morte do pai", diz a mulher.
(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Vanessa Pinheiro)