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Pitbull é um cachorro perigoso? Médico veterinário esclarece dúvidas sobre comportamento animal

A comum associação de cães da raça pitbull à agressividade se dá pela aparência física, segundo Thiago Rossy, especialista em comportamento animal

Lívia Ximenes
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Comportamento agressivo de cães em relação a pessoas e outros animais são comuns, como o caso da escritora Roseana Murray, 73 anos. Após ser atacada por três cachorros da raça pitbull, no dia 5 de abril, a brasileira perdeu um braço e uma das orelhas. Thiago Rossy, médico veterinário especialista em comportamento animal, diz que a melhor forma de evitar pets agressivos é manter a saúde do animal e focar na socialização adequada.

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Cães pitbulls são naturalmente agressivos?

Segundo o médico veterinário Thiago Rossy, especialista em comportamento animal, é comum que a associação entre agressividade e pitbulls se dê, principalmente, por conta da aparência física da raça. O profissional afirma que o comportamento dos pets também tem influência genética. “Falando mais especificamente da raça pitbull, alguns estudos relacionam a agressividade com o desequilíbrio de alguns neurotransmissores, que são substâncias químicas que funcionam como mensageiros do cérebro”, explica o profissional.

image Thiago Rossy, médico veterinário especialista em comportamento animal (Arquivo pessoal)

“Não podemos condenar a raça. Muitos cães dessa raça convivem em total harmonia com famílias sem demonstrar qualquer sinal de agressividade. Devemos sempre avaliar o indivíduo”, aponta Thiago Rossy, médico veterinário especialista em comportamento animal.

O que torna o cão agressivo?

Além de fatores genéticos, o médico veterinário Thiago Rossy chama a atenção a questões de saúde do animal. O profissional exemplifica: “Cães com dores crônicas geralmente demonstram agressividade”. Experiências ruins ao longo da vida, como agressões físicas, privação de alimento, água e falta de cuidados também influenciam no comportamento agressivo dos pets.

Thiago ressalta que manter o animal saudável e fazer a socialização adequada são essenciais para o bem-estar do cão e daqueles que o rodeiam. A saúde animal, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), envolve conforto, boa nutrição, segurança e possibilidade de expressar o comportamento natural - como latir. Pets que estão em “estados desagradáveis”, de acordo com o Mapa, encontram-se em dor, medo e angústia.

Como ter um cachorro dócil?

Para ter um cão dócil, livre de comportamentos agressivos, é recomendado evitar adquirir ou adotar filhotes com histórico de agressão na família, conforme o médico veterinário Thiago Rossy. Especialista em comportamento animal, Thiago afirma que o tutor nunca deve bater no cão, o que estimula mais agressividade.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aponta que animais são seres sencientes, ou seja, possuem capacidade de vivenciar emoções, como alegria, tristeza, medo e tranquilidade. Sendo assim, o modo de agir do tutor e dos demais seres que cercam o animal é forte influenciador no comportamento pet. Para isso, o órgão chama a atenção às liberdades que um animal deve ter:

  1. Liberdade nutricional: o animal deve ter acesso pleno à comida e água em quantidade correta e boa qualidade;
  2. Liberdade de dor e doença: o animal deve estar com a vacinação em dia, longe do risco de transmissão de doenças e acidentes;
  3. Liberdade do comportamento natural: a espécie do animal deve ser considerada para não haver restrição de comportamento inato, como latir, miar, correr e saltar;
  4. Liberdade do desconforto: o animal precisa de um local limpo, bem cuidado, em temperatura confortável e com conforto;
  5. Liberdade de medo e estresse: o animal deve viver em um ambiente tranquilo, sem situações que estimulem sentimentos ruins, como medo, estresse e angústia.

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O que fazer em casos de cachorros agressivos?

O médico veterinário Thiago Rossy, especialista em comportamento animal, orienta que o tutor procure ajuda de um profissional, seja médico veterinário ou adestrador. Em casos de ataques, o profissional recomenda que se evite correr e procure se proteger com barreira física. “Isso [correr] estimula mais o cão a perseguir e atacar”, explica.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)

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