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"Viagem de Pedro" reconta a história do Brasil 

O filme entra em cartaz no dia 1º de setembro, semana do bicentenário da independência do Brasil

Bruna Lima
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Na semana dos 200 anos da independência do Brasil o audiovisual brasileiro apresentará ” A viagem de Pedro”, dirigido por Laís Bodanzky, que traz uma abordagem diferente, da que é comumente contada, desse recorte da história do país.  O filme entra em cartaz no dia 1º de setembro.

Laís define a sua nova produção ao lado de Bianca Villar, Cauã Reymond, Fernando Fraiha, Karen Castanho, Luiz Bolognesi, Luis Urbano e Mario Canivello como um filme radical, um filme sensorial que convida o espectador a dar um mergulho interno com o personagem e que leva a sensação de entrar no túnel do tempo.

"O filme traz um formato de tela reduzida, ele é claustrofóbico até na forma que o espectador vê. Para as filmagens, foram usadas lentes antigas como forma de capturar a atmosfera da época. Esse tipo de imperfeição nos interessava para as gravações", destacou a diretora Laís Bodanzky durante coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (23).

"A viagem de Pedro" é o primeiro filme histórico de Laís, que para essa produção mergulhou também em documentos e relatos que não estão em livros oficiais. " A história oficial é muito parcial, tem muitas histórias que não foram contadas e que não conhecemos. A gente se baseou em documentos de delegacias do Brasil, não são histórias inventadas", destaca a diretora.

Nesse momento da coletiva, a realizadora do filme usa o livro de Lázaro Ramos como um exemplo importante, que fala sobre um grito atemporal, um grito que não foi ouvido há 200 anos. "Eu como mulher branca, o meu corpo não grita como o corpo do Lázaro Ramos", pontua.

Além de abordar questões importantes de gênero e raça neste contexto, o filme chega em um momento oportuno, quando o coração de Dom Pedro I foi solicitado para celebrar os 200 anos da Independência. Como revela a diretora: "o governo atual flerta com ideais militares. Pedir o coração emprestado é uma forma ufanista e superficial de comemorar os 200 anos de uma independência que, de fato, nunca aconteceu. Podemos não ser mais colônia de Portugal, mas ainda somos uma colônia".   

Entre as curiosidades da produção, na coletiva foi dito sobre a mudança do rumo da personagem Dira, interpretada pela atriz Isaél Zuaa, que dois dias antes de filmar a cena final convocou a diretora para tentar encontrar uma solução para a personagem.

"Vendo as algemas e as argolas, o meu corpo não fazia sentido ficar presa, já que se trata de uma mulher que fala de liberdade de forma tranquila. Eu falei para a Laís: você disse que queria fazer algo diferente, pois é, agora é a oportunidade. A gente trouxe outro imagético para essa mulher, perspectivas que não tem nos livros oficiais", disse a atriz.

No elenco, a artista plástica Rita Wainer estreia como atriz no papel de Domitila. Luise Heyer ("Dark") interpreta Leopoldina, Francis Magee ("Game Of Thrones", "Jimmy's Hall", "Rogue One") vive o Comandante Talbot, e Welket Bunguê o Contra-almirante Lars. 

No elenco português estão Victória Guerra interpretando Amélia, Luísa Cruz no papel de Carlota Joaquina, João Lagarto vivendo Dom João VI, Isac Graça ("Catas da Guerra") na pele de Miguel e Isabél Zuaa ("As Boas Maneiras") interpretando Dira. Celso Frateschi ("3%"), Gustavo Machado (“A Suspeita”), Luisa Gattai, Dirce Thomas, Marcial Mancome, Sergio Laurentino ("Tungstênio") e Denangowe Calvin completam o time. 

O diretor de arte inglês Adrian Cooper e o diretor de fotografia espanhol Pedro J. Márquez ("Ex-Pajé", “A Última Floresta”) foram os responsáveis pelo trabalho de reconstrução de época.      

“A Viagem de Pedro" estreou mundialmente no Brasil na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi exibido no 23º Festival do Rio. No Rio de Janeiro, conquistou o Troféu Redentor de melhor ator coadjuvante (Sergio Laurentino) e de melhor direção de ficção (Laís Bodanzky). 

Em Portugal, foi lançado em maio nos cinemas, além de ter sido exibido no 19º Indie Lisboa – Festival Internacional de Cinema, no mesmo mês. Em junho, o longa-metragem venceu o prêmio de Melhor Filme da América no Septimius Awards, em Amsterdã, foi exibido no Brooklyn Film Festival, em Nova Iorque – que qualifica produções para concorrer ao BAFTA, Oscar e para o Canadian Screen Awards, – participou do Latin American Film Festival, em Copenhagen, e teve uma exibição gratuita na USP, em São Paulo, seguida de debate com a diretora. 

Sinopse:    

1831, Pedro, o ex-imperador do Brasil, busca forças físicas e emocionais para enfrentar seu irmão que usurpou seu reino em Portugal. O filme se passa no Oceano Atlântico, a bordo de uma fragata inglesa na qual se misturam membros da corte, oficiais, serviçais e escravizados, numa babel de línguas e de posições sociais. Pedro se vê doente e inseguro. Entra na embarcação em busca de um lugar e uma pátria. Em busca de si mesmo.    

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