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Uma celebração à música preta no Carnaval

Apresentação com Gaby Amarantos, Carlinhos Brown, Lia de Itamaracá e muito mais, será transmitida ao vivo no domingo

Lucas Costa

Uma homenagem à música preta percussiva vai ganhar Salvador no domingo, 27. O “Paredão Tropical”, uma homenagem à música que é essência do carnaval, será transmitido ao vivo às 20h45, no Multishow, na TV e YouTube, além dos canais da Devassa no YouTube, Twitter e Facebook. Comandam a apresentação Carlinhos Brown, Gaby Amarantos, Xanddy, Lia de Itamaracá, Larissa Luz e os blocos Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Didá.

A percussão africana é a base dos ritmos dos povos da diáspora preta, bem como do cancioneiro do Carnaval. “Além da arte, os tambores comunicam, conduzem rituais e transmitem identidade. O dialeto e os sotaques carnavalescos do Norte-Nordeste são percussivos. É esta narrativa que vamos contar”, adianta o diretor artístico e roteirista do espetáculo Elisio Lopes Jr, conhecido pela carreira na dramaturgia.

Gaby Amarantos é quem leva os batuques amazônicos para a festa. “Pra mim é um reencontro com a minha ancestralidade e poder trazer os tambores, a sonoridade também do Norte, para se amalgamar com todas essas camadas que a gente vai criar é uma parada tão brasileira”, diz a cantora paraense, animada.

“Realmente, a percussão brasileira sendo saudada, sendo ovacionada, sendo aclamada. Tenho certeza que vai ser um encontro lindo. Eu estou muito emocionada e muito feliz de poder fazer parte dessa turma e de poder representar a música do meu país e do meu estado. A gente ter todas essas sonoridades pulsantes constantes nesse encontro que vai ser muito lindo e que vai também me fazer me sentir mais brasileira, porque pra mim dançar, cantar e pular o carnaval é ser brasileira”, descreve Gaby.

Em uma programação que mescla nomes recentes da música preta baiana, assim como aqueles que seguem inspirando novas gerações, a celebração da ancestralidade é a regra. Gaby Amarantos também fala sobre a oportunidade de fazer parte desta roda. 

“Eu me sinto muito conectada e inspirada por todos os artistas que vão participar desse evento. Eu sempre fui fã do Ilê. Eu tinha muita vontade de interagir com as meninas da Didá, acompanho o trabalho delas. Brown é meu irmão. Eu amo o Brown com todo o meu coração. Larissa também é uma parceira tão maravilhosa. Dona Lia é uma entidade. Dona Lia é como se eu tivesse cantando com os meus antepassados. Então, eu fico muito feliz de fazer parte. Só tenho que agradecer. Só alegria e gratidão”, comemora.

A troca de experiências é mútua no encontro. Lia de Itamaracá, gigante da ciranda, diz estar feliz com este movimento de troca, ainda mais na Bahia, lugar pelo qual declara seu amor.

“Isso aí é muito bom, muito importante”, diz ela sobre o contato com novas gerações. “É estar com essas novas gerações, porque até eu estando no meio dessas novas gerações, mais coisa eu aprendo com eles e eles aprendem comigo”, declara a artista.

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