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Xuxa e Ikaro Kadoshi, da 'Caravana das Drags', falam sobre experiência no reality

Gravação passou por Belém

Bruna Dias

Xuxa e Ikaro Kadoshi estiveram em Belém no mês de junho para gravar o último episódio de 'Caravana das Drags'. O reality, da Amazon Prime Video, é uma competição entre dez drag queens pelo título de 'Drag Suprema'. Sem data para estreia, Xuxa e Ikaro Kadoshi bateram um papo exclusivo com o oliberal.com, confira!

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Oque é necessário para se tornar campeã do Caravana das Drags?

A gente pensou no início que era apenas ser uma artista. Se a gente falasse “Tem que cantar bem, tem que dançar bem”, mas não é, então ser campeã é uma mistura de tudo. É ser uma pessoa que, acima de tudo, sabe que vai ter altos e baixos, sabe que vai ter que lidar com a saudade, com a discriminação de algumas pessoas, com alguns atropelos, muitos erros, acertos, que esses erros não te prejudiquem a ponto de te tirar de uma competição como essa, então acho que para ser vencedora, você tem que, primeiro de tudo, não querer desistir no primeiro obstáculo. E chegar no final e dizer “nossa, eu ouvi, eu aprendi, me modifiquei, melhorei” – essa pessoa já tem a grande possibilidade de ser uma das três finalistas. Agora para ser a vencedora, tenha certeza de que tanto público de casa como a gente que está ali vendo vai exigir o melhor dessas pessoas; o que é difícil da gente julgar porque ali ela pode estar dando o melhor, mas de repente não tenha sido o melhor da noite, e nem por isso ela é a pior, entendeu? Naquele momento ela teve uma escolha errada.

Acho que é muito importante as escolhas nesse tipo de reality, nesse tipo de competição, as escolhas têm de ser certeiras então é difícil pra caramba porque como saber se você está escolhendo certo ou errado? então, uma competição dessas pode te colocar em um apuro que não quer dizer que você não seja tão boa quanto as outras, mas aquela escolha ali, naquele momento... ou de repente um challenge que você teve que fazer não era aquele que faz melhor e aquilo pode, não é te derrubar, mas não deixar você brilhar tanto naquela noite – a ponto da tua estrela apagar naquela noite, e no outro dia você ser a soberana da noite então o mais importante é você conseguir passar por todos os challenges, não deixar que isso te derrube ou te faça falar “tenho certeza que vou ser a pior”. Se você acreditar nisso, vai sair. É sempre “vou dar o meu melhor, vou conseguir, vou superar até chegar na final” e dá o que todo mundo vai querer ver naquela noite. Dar o seu melhor é sempre importante, saber que não vai ser fácil, que vai ter altos e baixos, que vai ter pedras, várias coisas que você vai superar.    
 

IKARO KADOSHI

Belém é a última capital a receber a Caravana das Drags, qual a expectativa desse encontro?

É um reencontro meu com Belém, pois venho aqui faz tempo. E temos uma sorte gigantesca em terminar focando no Norte do Brasil, na floresta amazônica, que tem a característica mais distinta que o mundo conhece do Brasil, sendo conhecida como o pulmão do mundo. Isso é importante numa realidade na qual discutimos cada vez mais sobre clima e preservação do meio ambiente. É uma honra poder terminar essa jornada em Belém, que tem uma cultura rica e única. É um reencontro do Brasil consigo mesmo.

Você acha que o Brasil pedia por um reality com tanta representatividade e que com essa questão de ir para diversas regiões do Brasil?

Acho que não só pedia, como precisava. Posso falar por mim que nessa jornada eu reconheci o meu País e conheci o meu País, foram dois caminhos em um só. Lugares, culturas, pessoas que me fizeram entender a grandiosidade do brasileiro, que me deram novamente a sensação de pertencer a um País e ter orgulho de pertencer ao País que conheci. E acho que o Brasil vai entender muito de si porque nós olhamos o Brasil por um olhar muito peculiar, que é o olhar das drag queens, então é um olhar novo, com frescor, com diferenças e espero que as pessoas se transformem com o que elas vão ver assim como nós todos que fazemos o programa nos transformamos em cada prova, em cada episódio e em cada cidade. Não tem como não ser outra pessoa depois de conhecer o Brasil da maneira que a gente conheceu, e eu espero que todo mundo tenha a oportunidade de se sentir transformado e que se sinta inspirado em sair para conhecer nosso País como fizemos.

Qual a diferença que você vê entre a Caravana das Drags e o Drag Me As a Queen?

As diferenças são que no Drag Me As a Queen nós tínhamos como personagem principal uma mulher e discutimos o que é ser mulher no século 21 por meio da voz dela. Nós estávamos ali apenas para ouvir o que ela tinha a dizer e tentar entender os caminhos para que ela saísse dos problemas e traumas que ela nos trouxe. No fim, ela terminou se transformando em drag queen através das nossas mãos. Aqui, em Caravana das Drags, os personagens principais são drag queens, independentemente de gênero ou sexualidade, mas o programa é sobre as drag queens em si. Mas eu gosto mais de falar do que os programas têm em comum, que é falar sobre o ser humano. Engana-se quem acha que vai assistir apenas a um reality show de competição. É um reality sobre humanidade, sobre entendimento do mundo, sobre questionar os preconceitos e visões que às vezes estão dentro ou fora da gente. É um reality que fala sobre amor e acolhimento. Em um mundo que está como está, é um reality que traz a maior pergunta de todas: o que nós estamos fazendo com as pessoas à nossa volta?
 

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