Santarém recebe entre os dias 13 e 21 de outubro a exposição artística ’Altar Urbana’, confira
‘Altar Urbana: Da Floresta à Cidade, onde as encantadas se encontram’ do artista plástico Anderson Pereira
Santarém recebe entre os dias 13 e 20 de outubro a exposição artística: “Altar Urbana: Da Floresta à Cidade, onde as encantadas se encontram”, do artista plástico Anderson Pereira. A visitação ocorre no Centro Cultural João Fona, localizado na praça Avenida Adriano Pimentel, na rua Adriano Pimentel, S/N - Prainha, de 8h às 18h.
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Anderson Pereira é artista plástico negro e gay, nascido em Belém, mas que atualmente reside em Santarém, oeste paraense. Além de artista, é antropólogo e doutorando em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A proposta da intervenção é mostrar, com a instalação, temas como a espiritualidade afro-religiosa.
A exposição é inédita, inspirada na ancestralidade afro-amazônica. Algumas entidades da região estão retratadas nas obras, as caboclas: Mariana, Jarina e Herondina. De acordo com Anderson, as obras fomentam ideias e debates, sobre a fauna e flora amazônicas, vida na cidade e a fragilidade desses ecossistemas diante das mudanças climáticas.
O trabalho utiliza um espaço tridimensional, para transportar o visitante ao encontro dessas narrativas míticas. A instalação envolve a disposição de vários elementos no ambiente.
Questionado sobre o que o público pode esperar desta experiência tridimensional, Pereira diz que: “a exposição quer envolver as pessoas em atividades criativas e interativas, que levam a vários pensamentos. Essa abordagem não apenas desperta a consciência, mas também fomenta uma compreensão mais profunda das complexas vivências entre a natureza, as crenças espirituais e os desafios ambientais", iniciou.
"Queremos provocar no público uma rede de sensações 'etnopoética', em torno da noção dos cuidados vivenciados pelos povos de matriz africana e indígena na Amazônia”, completou o artista plástico.
Obras imersivas
O sincretismo religioso está presente em suas obras, diz o artista plástico Anderson Pereira, é uma característica da região, pois os elementos das tradições indígenas da Amazônia e das práticas afro-brasileiras se entrelaçam. “Por exemplo, algumas entidades cultuadas nas religiões afro-brasileiras podem ser associadas ou adaptadas para incorporar características dos encantados da Amazônia. Essas relações são formas que enriquecem as identidades culturais amazônicas", disse.
Mayco Chaves, produtor executivo da exposição, fala sobre o auxílio durante as pesquisas para o projeto e como esses seres eram retratados. “Eles são vistos como seres benevolentes, mas também demandam respeito e reverência. As lendas dos encantados são passadas de geração em geração, contribuindo para a rica tapeçaria cultural da Amazônia”, afirma.
As obras tridimensionais formam um altar de conexão, o que reflete o artista. Além de dar visibilidade às entidades cultuadas, as obras fazem uma releitura dos espaços urbanos. Tudo foi minuciosamente pensado, desde os materiais às cores, comenta Anderson Pereira.
“A utilização de cores vibrantes e simbologia específica vai enriquecer ainda mais a narrativa da obra, proporcionando uma imersão na diversidade e profundidade dessas tradições. Quem for ver a instalação vai poder observar as representações artísticas dos encantados em harmonia com a fauna e flora amazônicas, destacando a fragilidade desses ecossistemas diante das mudanças climáticas”, revelou.
Serviço
Evento: ‘Altar Urbana: Da Floresta à Cidade, onde as encantadas se encontram’
Artista plástico: Anderson Pereira
Data: 13 a 20 de outubro
Local: Centro Cultural João Fona, localizado na praça Avenida Adriano Pimentel, na rua Adriano Pimentel, S/N - Prainha.
Horário: 8h às 18h