Sabor do Pará agora poderá ser apreciado no Rio de Janeiro
A partir de março, o restaurante do Museu do Amanhã, localizado na capital carioca, reabrirá sob a batuta do chef paraense Saulo Jennings.
O texto de apresentação do Museu do Amanhã, construído ao lado da Praça Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, diz que o espaço é “um museu de ciências diferente. Um ambiente de ideias, explorações e perguntas sobre a época de grandes mudanças em que vivemos e os diferentes caminhos que se abrem para o futuro”. No local, foi instalado um pedacinho da Amazônia: a exposição temporária Fruturos - Tempos Amazônicos que apresenta a grandeza, a biodiversidade e o conhecimento presentes no maior bioma tropical do mundo. É também nesse ambiente, que a partir do próximo mês de março, o chef paraense Saulo Jennings, referência na culinária amazônica, vai levar seus sabores para o restaurante do Museu, que ficou fechado durante a pandemia.
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Ele conta que o convite para se instalar no espaço ocorreu após uma curadoria de gastronomia. “Eles queriam encontrar um nome que representasse a culinária original brasileira Amazônica, assim entraram em contato comigo e, ano passado, começaram as conversas de negociação”, lembra o chef.
Cadeia produtiva da Amazônia
Para o espaço, além de gastronomia, Saulo está levando um pouco da história de uma cadeia produtiva que fala muito sobre a Amazônia. “O cardápio como um todo leva a nossa história de todos envolvidos no processo, principalmente, de quem pesca, de quem maneja, de quem planta, de quem colhe e assim por diante, então todos os pratos vão contar essa história como tempero principal”, garante.
É dessa história que surge o prato que será o carro-chefe do restaurante. “Ele se chama Casa do Saulo, um pirarucu de manejo grelhado com creme de Castanha do Pará, banana da terra e camarão de Belém”, provoca.
A relação desse espaço amazônico com os cariocas tem se desenhado de forma positiva. “Já tive provas recentemente que será a melhor possível. Fui muito bem recebido, inclusive foi uma surpresa isso, pensei que teria mais dificuldades, mas estou sendo amparado por chefs cariocas renomados, e por clientes que já vieram até nossa região para curtir nossa culinária”, conta. “Eles amam a nossa culinária, e dizem que todos têm que conhecer a culinária original brasileira”, completa.
Para aguçar todos os sentidos e não apenas o paladar de quem for ao local, o chef prepara um ambiente especial para recepcionar os visitantes, capaz de transportá-los do museu direto para um pedaço singular da Amazônia. “A principal referência é a originalidade do nosso povo, da nossa cultura alimentar, pratos bem servidos com temperos de vó e de partilha, acompanhados de um bom carimbó e brega. Tudo que nossa região tem para oferecer. Irei levar um pouco para fisgar os turistas e levá-los a conhecer in loco nossas belezas e temperos”, garante.
Saulo conta que depois do Rio de Janeiro pretende estender ainda mais as fronteiras da culinária paraense. “Sempre digo que quero através da minha cozinha ‘amazonizar ‘ o mundo. Mas na real já temos projetos para levá-la à Brasília e São Paulo. O brasileiro precisa conhecer o Brasil e, principalmente, o norte do país, o Pará”, diz.
Visitas ilustres
A cantora paraense Gaby Amarantos e o chef Saulo Jennings visitaram o Museu do Amanhã no início do mês. Eles foram recebidos pelo diretor presidente, Ricardo Piquet, e pela diretora executiva do espaço, Maria Garibaldi.
Gaby aproveitou a visita para contemplar a mostra temporária "Fruturos - Tempos Amazônicos", que retrata as belezas, mistérios e desafios da maior floresta tropical do mundo e contou que se sentiu emocionada ao se ver retratada na exposição. “Me senti prestigiada ao me ver representada. Senti também que, a minha região, a nossa Floresta Amazônica, é um patrimônio do povo brasileiro e que é responsabilidade de todos nós conhecermos e cuidarmos dela. Acho que esta é uma ótima oportunidade para que toda família possa ter a experiência que essa exposição linda está proporcionando", disse na oportunidade.