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Rose Maiorana entrevista o artista plástico Jair Júnior no 'Lib Art'

O 2º episódio do videocast será publicado neste sábado, às 14h, no LibPlay.

Enize Vidigal

O segundo episódio do “Lib Art”, videocast apresentado pela empresária e artista plástica Rose Maiorana, traz uma entrevista com o artista plástico e professor de Arte Jair Júnior, neste sábado, 30. Premiado cerca de 16 vezes no Salão Arte Pará, ele conta como despertou para a arte, o início da carreira, os incentivos e os planos para abrir um projeto social voltado a crianças e jovens. O episódio chega ao LibPlay, às 14h.

Assista aqui.

Perguntado sobre como começou a ter atração pela arte, Jair Júnior respondeu que teve vários incentivos. O primeiro estímulo veio da mãe, desenhista: “Na dificuldade de comprar brinquedos, (ela) fazia bonecos de papel (pra mim). Com 6 ou 7 anos comecei a me apaixonar pelos desenhos e a fazer meus próprios bonecos”, recordou. No ensino fundamental, ele chamou a atenção do professor de arte, Afonso Medeiros, que o observou pintando com os dedos e deu os primeiros conselhos ao futuro artista.

Jair Júnior recordou que, em 1983, fez a primeira inscrição ao Arte Pará, no qual foi classificado. Na época, ele tinha cerca de 17 anos de idade e trabalhava como motoboy em O Liberal e chamou a atenção do presidente e fundador do grupo de comunicação, saudoso Romulo Maiorana: “Por ser o artista mais novo (classificado), o Seu Romulo Maiorana foi o (meu) terceiro incentivador, mas o mais importante na minha vida. Ele ficou fascinado pelo fato de um office boy ter tanto talento e me ofereceu uma bolsa de estudo, de 1983 a 1986. Eu sou muito grato”, destacou. Em homenagem ao bem feitor, Jair Júnior batizou o filho com o nome de Pedro Romulo.

Ele acabou consolidando o trabalho artístico com elementos religiosos, como o Sagrado Coração de Jesus e São Jorge, que ele retrata em pinturas muito coloridas. Desde o início da carreira, ele contou que teve outros artistas como referências, iniciando por Emmanuel Nassar, e passou por Henri Matisse, Vicent van Gogh e Tarsila do Amaral.

“Pintar é muito fácil, ser artista é difícil”, resumiu. Questionado sobre inspiração, ele disse que “o olhar é fundamental para o artista, ele tem que estar exercitando o olhar, olhando para outros artistas e para a história da arte, que sempre se renova, não se cria. É importante ter referências”.

Jair Júnior, que está preparando uma exposição individual na sala João Carlos Pereira, da TV Liberal, também planeja tornar a própria galeria e ateliê, chamado Rabindranath Tagore, em espaço para um projeto social voltado para crianças e jovens. O espaço fica na Tv Lomas Valentinas, no bairro da Pedreira. Rose Maiorana disse que vai apoiar o projeto. “A arte resgata, transforma, traz alegria e traz vida. São tantas crianças querendo pintar e desenhar e não tem espaço para isso”, avaliou ele.

Na avaliação dele, os artistas visuais carecem de incentivos, como galerias e apoio para produzir. Ele citou o espaço do Curro Velho, do governo do estado, como um dos principais celeiros de artistas paraenses, que despertaram a partir das oficinas da instituição, assim como o Arte Pará, que trouxe avaliadores de outros estados para conhecer e valorizar a produção artística paraense. Mas, para Jair, a união dos artistas visuais enquanto classe seria importante para avançar na conquista desse apoio.

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