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Rose Maiorana entrevista Elieni Tenório no 'Lib Art'; vídeo

A artista plástica conta sobre a trajetória, preferências e planos.

Enize Vidigal

A artista plástica e empresária Rose Maioarana entrevista a artista plástica Elieni Tenório no 6o episódio do videocast Lib Art, que será disponibilizado no Lib Play de OLiberal.com neste sábado (2), às 14h.

Elieni começou a produzir nos anos 80, trabalhando com colagem e acrílica sobre tela. “Comecei a entrar em salões. No Salão Primeiros Passos (do CCBEU) tirei o primeiro lugar com a exposição ‘Suburbano Coração’, que foi um marco da minha trajetória”, recorda. Em 2015, ela foi homenageada pela escola de samba Unidos da Baixada, de Icoaraci, que foi a campeã do Carnaval, e participou de uma bienal internacional de gravuras na França, onde também gravou um documentário sobre o seu trabalho. Era o início de uma carreira internacional com exposições na Alemanha, Itália e Portugal.

“Até 2003 trabalhei o figurativo e, depois de expor em Veneza, decidi: agora eu vou meter a cara, vou para o abstracionismo", recorda a ex-presidente da Associação de Artistas Plásticos do Pará, que também lecionou na Fundação Curro Velho. Ela começou a investir em esculturas em concreto e partiu para o uso de outros materiais. 

“Eu comecei a trabalhar bustos femininos e masculinos. Meu trabalho tem entrado muito com a costura, com suporte não convencional, dificilmente trabalho com tela, hoje. Durante essa minha passagem para fora do país, o meu trabalho chamou a atenção, eles ficam loucos pelo material e tem muita história da Amazônia”, destaca.

Em 2004, Elieni Tenório ganhou o prêmio aquisição do Arte Pará e, em 2007, foi a grande campeã do salão promovido pela Fundação Romulo Maiorana. “Fico muito feliz porque o meu trabalho é reconhecido na Europa. Me perguntam porque exponho em Portugal, França, Alemanha, Itália… por incrível que pareça, primeiro a gente tem que ser famoso lá fora pra ser reconhecido aqui (no Pará)”, avalia. A maioria das obras que ela vende em exposições na Europa são de temática erótica.

“As coisas foram acontecendo naturalmente. Comecei a vestir os desenhos das telas, depois fui cobrir as manequins com desenho. Eu construo, desconstruo para construir de novo. Sou muito inquieta. Só me dá prazer quando vejo que a obra está terminada. A arte é o meu segundo casamento, é o que me faz feliz e cada obra é como um filho. Eu vejo o meu trabalho como experimento, tô sempre ousando. Vou costurando os materiais e dando forma, feminino ou masculino”, conta.

Durante o isolamento social imposto pela pandemia pela Covid-19. Elieni não parou de produzir. Ela focou nas máscaras para fazer vários trabalhos e está com uma exposição pronta, que ainda não tem onde exibir. “Eu saía na rua com as minhas máscaras e vestidos pintados. Eu já fazia isso há muito tempo. aproveitei o momento para marcar as máscaras. Elas foram parar nas minhas telas. Estou com uma produção quase que individual para marcar esse momento da pandemia”.

Atualmente, ela participa de uma exposição coletiva da coleção do Eduardo Vasconcelos  tem produzido novas obras com vestidos de crochê. “Este ano, quero sair um pouco daqui e ir pra fora (exterior). Já tomei a quarta dose (da vacina), começou a me dar coragem”, antecipa a artista que já foi tema de teses de conclusão de curso, mestrado e doutorado nas áreas de artes visuais, moda e arquitetura.

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