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​Projeto de incentivo à leitura visa fortalecer a educação literária dos brasileiros

Pesquisa do Itaú Cultural e da PUC do Rio de Janeiro mapeou projetos de formação de leitores no país

O Liberal

Apenas 52% da população brasileira são leitores ativos, o país ainda conta com 11 milhões de pessoas analfabetas e não há muito apoio público de incentivo à leitura. Por conta disso, a pesquisa “O Brasil que lê”, promovida pelo Instituto Interdisciplinar de Leitura e pela Cátedra UNESCO de Leitura da PUC-Rio em conjunto com o Itaú Cultural, visa mapear projetos de leitura da sociedade civil e de gestões públicas de todo o Brasil e traça um perfil dos mediadores de leitura, origens, sustentabilidade, público e tecnologias utilizadas. 

O levantamento foi desenhado em 2019 e aplicado em 2020, de forma remota, em consequência dos protocolos sanitários impostos pelo Covid-19. Nos dias 8 e 9 de março (terça-feira e quarta-feira), das 14h30 às 16h, o Itaú Cultural promove o webnário Balanços e Perspectivas da Pesquisa O Brasil que Lê, baseado nos resultados da pesquisa. A transmissão será feita pela página da instituição no YouTube.

Segundo Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural, “O Itaú Cultural vem realizando ações de apoio e produção de várias atividades em prol da leitura, como a parceria com o Instituto Pró-livro (IPL) para a realização da pesquisa nacional Retratos da Leitura no Brasil, além das edições realizadas na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e da Festa Literária das Periferias (FLUP), em 2019”, destacou.

O gestor destaca ainda que a instituição acredita que apoiar a produção de métrica é essencial para os debates e conhecimentos dos problemas em torno da leitura e, por consequência, para a criação de boas e consistentes políticas públicas para o livro e a leitura.

O estudo teve como objetivo mapear os projetos de formação de leitores no país. No total, foram registradas 382 iniciativas com respostas completas em um universo de cerca de mil recebidas. Os pesquisadores estranharam que projetos conhecidos e de vários anos de execução não haviam respondido o questionário. Para José Castilho, professor e consultor que fez parte da pesquisa, “muitos chegaram ao limite da resiliência, desanimados e sufocados pela contundência cruel de um governo que não apenas abandonou as políticas públicas de formação de leitores desde 2016, mas que deliberadamente as sufocava, as destruía desde janeiro de 2019”, afirmou.

 

Os projetos registrados são oriundos de todos os estados brasileiros, com exceção de Acre, Alagoas e Sergipe, se distribuem pelas capitais e interiores e atendem às mais diversas pesso­as. Estes mediadores atuam em lugares e com públicos diversos, em um esforço contínuo para criar e desenvolver planos de leitura no país. Pelo menos 74% desses empreendimentos são liderados por mulheres na busca de transpor barreiras socioeconômicas e contemplar, principalmente, população desassistida.

Gilda Carvalho, diretora do iiLer/Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio”, entende que “agora que estão mapeados, esses projetos serão registrados em Cartografias da Leitura, uma plataforma mantida pelo iiLer que pretende dar visibilidade a esse grande trabalho de tantos formadores”, concluiu.

 

 

 

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