Paraenses são escolhidos para residência artística na Orquestra Sinfônica Brasileira
Três jovens oriundos de orquestras sociais, sendo dois do Pará, e um de Mato Grosso, participarão do projeto

A Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) receberá no segundo semestre três jovens músicos de orquestras sociais de Belém (PA) e de Corumbá (MS) para o projeto especial de residências artísticas de longa duração. Dois jovens são paraenses o tubista Paulo Sérgio Fonseca, de 30 anos, e o trompista Ezequiel da Rocha, 24, que terão essa oportunidade única nas suas vidas. Os jovens músicos são oriundos do Programa Vale Música, projeto autoral do Instituto Cultural Vale. Outro jovem oriundo de orquestra social é o violinista Gabriel Ramos Pereira de Souza, de 20 anos, do Instituto Moinho Cultural, localizado em Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Os jovens foram escolhidos num processo seletivo entre 27 candidatos, para uma residência artística de longa duração. Paulo, Ezequiel e Gabriel vão conviver, fazer aulas, participar dos ensaios e tocar com uma das maiores orquestras do país. Eles foram selecionados após um rigoroso processo seletivo, de aproximadamente três meses e que incluiu diversas fases. Puderam se candidatar instrumentistas participantes de orquestras dos polos atendidos pelo Conexões Musicais - projeto de democratização do acesso à música de concerto, realizado pela Fundação OSB desde 2017 e que já promoveu atividades educacionais e culturais em cerca de 30 municípios brasileiros.
O projeto das residências de longa duração começaram no ano passada. A Orquestra repetirá anualmente a ação. Esta será a vez de Paulo Sérgio Fonseca. O jovem optou pela tuba desde os 14 anos. Ao longo da carreira, pensou em desistir algumas vezes, principalmente pela dificuldade de encontrar ensino adequado em Belém, já que a tuba é um instrumento raro, com poucas vagas em orquestras, e não tão popular quanto os demais. Paulo, que também é educador e há 3 anos atua num centro de ensino de música para pessoas com deficiência, pensava em abandonar o sonho de viver de música quando surgiu a oportunidade da residência.
“Espero absorver o máximo de conhecimentos nesse novo ambiente profissional e será uma experiência única, tanto pessoal quanto para a minha carreira”, revela o jovem, que possui Licenciatura em Música e atualmente finaliza uma pós-graduação em Musicoterapia.
Outro que está ansioso é Ezequiel da Rocha, que conheceu a trompa ainda criança. O musicista estudou no Instituto Baccarelli, em São Paulo. Ele já sofreu preconceito dos amigos e familiares quando dizia que queria ser músico. “Em Belém, nós não temos tanto acesso a professores, cursos, orquestras, então, parece realmente uma loucura quando você diz que pretende viver de música. A residência vai ser uma experiência única”, espera o jovem.
A Orquestra Sinfônica Brasileira, fundada em 1940, é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 82 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
A OSB é composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros. Conta com uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
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