Paraenses participam de projeções em mostra virtual e presencial no Rio de Janeiro
Roberta Carvalho e PV Dias estão na exposição 'Como habitar o presente?' na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea
A partir de hoje quem passar pela rua Aníbal Mendonça, em Ipanema, no Rio de Janeiro, poderá conhecer um pouco das obras de dois artistas paraenses, Roberta Carvalho e PV Dias.
Ambos participam da exposição “Como habitar o presente? Ato 1 – É tudo nevoeiro codificado”, na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, junto com outros 12 artistas.
Para quem está no Pará ou em casa respeitando o distanciamento social, a galeria disponibilizará uma exposição virtual pelo próprio site com informações completas de cada artista e de suas obras.
A exposição ficará com as obras disponíveis todo o dia para ser visto pela vitrine. A curadoria é de Érika Nascimento com trabalhos dos artistas Anna Bella Geiger, Aslan Cabral, Fernando Velázquez, Gabriela Noujaim, Jeane Terra, Kammal João, Luzia Ribeiro, Manata Laudares, Moisés Patrício, Nadam Guerra, PV Dias, Roberta Carvalho, Regina Pessoa e Vinícius Monte. Essa primeira exposição seguirá até o dia 22 de agosto.
“É uma exposição-projeto no sentido de projeção para novos mundos possíveis, em uma época em que um vírus afasta nossos corpos e impõe limites e barreiras no cotidiano, nos colocando em um estado de angústia e impotência, e evidenciando grandes abismos sociais já existentes”, explica a curadora.
Érika Nascimento explica ainda que a exposição ocorre neste mundo pandêmico, "onde a noção de tempo, passado, presente e futuro parece estar dilatada”.
Por isso, a exposição foi dividida em dois tempos ou segmentos, primeiro “Como habitar o presente?” reúne no “Ato 1 – É tudo nevoeiro codificado” e no "Ato 2 – Estamos aqui”, que será realizada de 24 de agosto a 25 de setembro de 2020, também na vitrine da galeria com espelhamento e mais informações no site, com obras de outros 13 artistas.
As obras dos paraenses que estarão na exposição são “Embaixo da Escola” de PV Dias, e “Cinema Líquido” de Roberta Carvalho. Ambas as obras são vídeos. Esse é um grande momento para o artista Paulo Vitor Dias, mais conhecido como PV Dias. Com a obra “Embaixo da Escola”, o paraense mistura um cenário real a arte digital em um gif, vídeo curto em quadros.
Essa obra é um pouco a retratação do próprio PV Dias, que estudou no EAV Parque Lage, e ainda mantém laços com o local onde desenvolveu as habilidades artísticas. Atualmente vivendo no Rio de Janeiro.
PV Dias, de 26 anos, tem se desenvolvido como um artista que alcança novos espaços e patamares. Formado em Publicidade e Propaganda decidiu mudar de carreira e dedicar-se integralmente à arte.
"Geralmente, as obras que faço são a partir de lugares que passei ou passo. Tomo registros fotográficos desses lugares, a partir desse registro surgem intervenções. Ao pensar aquele espaço, tanto em foto como em vídeo, essas intervenções pegam materialidade, a partir do momento que coloco aquela pintura em cima da fotografia", explica.
Para ele, esse formato da exposição que mistura o virtual com o presencial é bem interessante. “É uma tentativa de nos mantermos presentes na rua. Este momento que estamos vivendo é um período horrível. Ao mesmo tempo tem uma exposição na vitrine e no site. Para mim é muito interessante também estar em um acervo com diversos artistas, é uma tentativa de manter os trabalhos, nem que seja nos muros mesmo que ninguém possa ir a galeria, mas que possam ver. É uma tentativa de expor os nossos trabalhos também. Não vamos poder entrar na galeria, mas as pessoas que passam, alguns trabalhadores, que não têm opção de ficar em casa, que possam ter acesso aos vídeos e trabalhos artísticos”, afirma.
Em “Cinema Líquido” Roberta Carvalho traz a condição cinemática e imaterial da imagem projetada de um corpo em movimento sobre os fluxos dos rios. O corpo que se imprime na superfície das águas barrentas, típicas de rios da Amazônia, está em constante movimento tal como as águas. "Cinema líquido" traz uma confluência dos fluxos e das existências em movimento.
A artista é conhecida pelos diversos trabalhos que inserem a imagem digital fotográfica ou em vídeo no espaço público, seja urbano ou rural. Várias imagens construídas e projetadas são de personagens comuns e muitas vezes às margens da sociedade, refletindo uma relação simbólica com o entorno, onde a ação artística acontece, suscitando questões identitárias e sociais, como na série “Symbiosis”, iniciada em 2007, onde faces de ribeirinhos amazônicos são projetadas em áreas verdes nestas próprias comunidades. A artista já foi vencedora de diversos prêmios.
Serviço:
“Como habitar o presente? Ato 1 – É tudo nevoeiro codificado”
Simone Cadinelli Arte Contemporânea [vitrine da galeria]
De 20 de julho a 22 de agosto de 2020
Rua Aníbal de Mendonça, 171, Ipanema, Rio de Janeiro
Canais virtuais:
Site: https://www.simonecadinelli.com/
Facebook: @galeriasimonecadinelli/
Instagram: @simonecadinelli.com/