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Paraenses apresentam obra curtas de teatro virtual no festival on-line “Niterói em Cena Resiste!”

O festival busca valorizar a produção artística na pandemia com novas formas de se fazer teatro

O Liberal

Estimular a produção artística na pandemia é um dos principais objetivos do festival “Niterói em Cena Resiste!”, que apresenta até o dia 30 de janeiro, 35 obras curtas criadas por artistas de diferentes cidades do país. O festival marca o encerramento do Programa de Capacitação em Teatro Virtual, que ofereceu possibilidades artísticas e ferramentas do teatro online durante quatro meses. Os espetáculos gratuitos, com até 15 minutos cada, serão exibidos em três formatos: gravados, ao vivo e híbridos. As apresentações serão feitas, sempre a partir das 20h, no canal do Youtube do projeto, que conta com a participação das paraenses Suzi Lacerda e Anna Clara Andrade, autoras de duas das obras apresentadas. 

Segundo Suzi, ela transformou a experiência em oportunidade. “Foi incrível, é uma grande oportunidade conhecer profissionais competentes no mercado, trazendo questões importantes, para que tenhamos essa nova forma de atuar. E apesar de ter sido ouvinte, eu pude participar com meu projeto. Me sinto muito grata pela oportunidade, muito feliz por poder mostrar uma obra autoral e inédita”, afirmou. 

Para o Programa de Capacitação em Teatro Virtual foram selecionados 35 alunos de várias cidades do Brasil. O projeto é patrocinado com recursos do Fundo Internacional de Ajuda para Organizações de Cultura e Educação 2021 do Ministério das Relações Exteriores da República Federal da Alemanha, do Goethe-Institut e de outros parceiros. Para Suzi, “todo artista precisa de incentivo, principalmente do poder público. Estamos acostumados a viver nos ‘corres’ da vida para sobreviver, porque o que a gente gosta mesmo de fazer é a arte. Então oportunidades assim são únicas, sou muito grata”, destacou. 

A obra “Quando falei” de Suzi retrata a história de uma atriz que apresenta memórias das situações ocorridas a partir da revelação de um segredo que carregava desde a infância. Para isso, ela faz uma pesquisa em sua própria história desde quando revelou esse segredo pela primeira vez. “Certos traumas ocorridos na infância viram peso de um segredo carregado no tempo. Já na fase adulta, quando esse segredo pesa demais, ele pode explodir em choro, explodir em fala, explodir em escrita. E quando isso ocorre, vem os julgamentos, para os quais nunca estamos preparados”, detalhou. A obra tem duração de dez minutos e o apoio técnico de Artur Araújo. 

Já Anna, que produziu a obra “Embrião”, enfatizou a importância de se ter novas ferramentas para esse período em que a arte precisa ser resistente. “Durante a pandemia, o meio cultural foi um dos mais afetados. Então tivemos que buscar novas formas de exercemos nosso trabalho e o curso deu essa nova visão pra gente, sobre um ambiente que ainda está sendo estudado. E assim a gente consegue alcançar um público cada vez maior dentro do mundo. No festival, são pessoas de várias cidades do Brasil participando juntos e trocando experiências. Podemos ser capacitados de continuar a produzir, a fazer arte mesmo em períodos tão difíceis”.

A obra “Embrião” conta a história de duas atrizes em um movimento de memória sã e colapsada, que narram parte de seus cotidianos em momentos de crise e autocuidado.  É o estágio embrionário de um processo de investigação cênica e de sensopercepções que se apresentam de forma performativa e poética.
Para o diretor do projeto, Fabio Fortes, “o Niterói em Cena tem em seu DNA a preocupação com o desenvolvimento artístico de atores, novos diretores e técnicos teatrais. Esta nova experiência de formação fez com que a gente ampliasse nossos esforços na capacitação de artistas mais sensíveis e atuantes. Para isso, escolhemos profissionais gabaritados, com experiências bem-sucedidas no teatro virtual”, enfatizou. 

Agende-se

Festival “Niterói em Cena Resiste!”
Data: 25/01 a 30/01 
Hora: 20h
Local: Youtube do projeto “Niterói em Cena”

Cultura