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Pará é destaque no Miss Brasil Terra 2022 com Juliana Salgado

A modelo moradora da Ilha de Outeiro conquistou o prêmio com look inspirado nas erveiras do Ver-o-Peso

Bruna Dias

O Mercado Ver-o-Peso, no bairro da Campina, à margem da baía do Guajará, é um dos lugares que agrega tudo o que Belém e o Pará têm de mais original e vibrante quando se fala de cultura. É desse local que surgem inspirações e de onde também sai o sustento de centenas de pessoas. E foi das erveiras, que trabalham diariamente no local, que surgiu a ideia da equipe de Juliana Salgado para a disputa do Miss Brasil Terra 2022, realizado em São Paulo.

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As erveiras são as mulheres que vendem ervas e compostos medicinais nas barracas do Mercado do Ver-o-Peso em que têm a missão de manter vivos os conhecimentos populares amazônicos.

A união de ideias entre o coordenador, Bruno Magno, o estilista Lucas Barros e o arquiteto Lucas Camisão foi a receita do sucesso do Pará no evento. Além do mais, a fantasia foi toda concebida de forma sustentável, o que conferiu um significado especial ao traje.

 O look foi todo confeccionado à mão, usando materiais recicláveis. A referência principal foi o carimbó, com o foco nos trajes que as erveiras costumam usar diariamente. Composta por vários produtos regionais como caroço de açaí, palha, juta, coco e flores artificiais, a fantasia levou para o palco produtos locais.

O esplendor foi feito de jornal reciclado simbolizando a palha paraense das cestarias e remete ao visual multicolorido das barracas do mercado do Ver-o-Peso. Já a cesta usada por Juliana é uma referência às matérias-primas utilizadas pelas erveiras, como as ervas, flores, essências e óleos usados na preparação dos banhos de cheiro e de outros souvenires encontrados somente na maior feira livre da América Latina.

Quem colocou no papel toda a ideia foi Lucas Camisão, que desenhou e escreveu as referências. Já Lucas Barros foi o responsável pela confeccão. “Ano passado eu fiquei em terceiro lugar no concurso e decidi focar na regionalidade do Pará esse ano de novo. Batemos na tecla das ‘erveiras’, mesmo com receio de muita coisa, mas a gente foi firme e forte. Compramos materiais regionais - caroços de açaí, palha, juta, flores artificiais, tecido - tudo artesanal. Foi todo um trabalho manual feito por mim e pela minha equipe”, explicou o estilista.


No esplendor de Juliana foram usados mais de 500 canudinhos feitos de jornal, um trabalho artesanal que demandou tempo e dedicação. “Juntamos todos esses enroladinhos, fizemos o processo de secagem, pintamos, tingimos e envernizamos tudo”, explicou. “A roupa foi feita de juta com tecido tactel, a borda toda com lã pendurada e caroço de açaí, para representar o detalhe marajoara. A pintura das flores foi feita por meio de sublimação, de maneira a parecer com uma pintura à mão”, finalizou o estilista Lucas Barros.

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