Sem Carnaval nas ruas, festas privadas 'fervilham'
Festas oferecem vários gêneros musicais para quem quer curtir a folia

O carnaval nas ruas de Belém e nos demais municípios do Pará foi cancelado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, mas as festas particulares estão liberadas, mas seguindo as regras impostas pelo governo do estado e prefeitura de Belém. E para tratar sobre o assunto a equipe de O Liberal conversou com o presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Michel Pinho, que além de carnaval também adiantou sobre as ações culturais para o resto do ano.
De acordo com Michel Pinho, a decisão de cancelar o carnaval foi acertada entre a prefeitura do estado com o governo, em decorrência do aumento considerável dos casos de covid-19. E liberando as festas de rua o pico seria maior e a saúde pública não daria conta. "Nós não vamos ter carnaval nesse período, mas é importante que se saiba que a prefeitura está organizando uma programação cultural para os próximos meses do ano", destacou o presidente da Fumbel.
O cancelamento do carnaval ocorreu no mês de novembro do ano passado junto com o cancelamento do réveillon, em decorrência da nova variante ômicron. Com a decisão da prefeitura, não haverá desfile de escolas de samba, blocos de ruas e outras manifestações que possam gerar aglomerações no carnaval.
Mas quem ficar em Belém, vai poder conferir festas particulares, no estilo "indoor". Tem programação para todos os gostos. A edição vai passar algumas dicas, mas para quem quiser conferir tudo é só conferir a agenda em oliberal.com.
O circuito Cidade Velha, no Açaí Biruta, vai proporcionar várias programações no período o carnaval. Na sexta, 25, apresenta o show “Pipoca de carnaval”, com Betto e Naldo e Papo em Off. No sábado, 26, é a Farofa do I Love com I Love pagode, Mizerê e outras atrações. No domingo, 27, Bloco Eterna Sacanagem com Dj Lorran e na terça-feira de carnaval, 27, o Baile do Ouriço com Viviane Batidão e Dj Meury.
No Espaço Cultural Apoena o final de semana também está com programação diversificada. No sábado, Baile do Seu Godô, com a Fanfarra Marchinha Batuqueira, a Roda de Samba Fé no Batuque, Layse e os Sinceros e discotecagem da DJ Jack Sainha. O grupo Layse e Os Sinceros chega em clima de folia e suingueira, a partir das 20h, com um show especial nos ritmos que embalam o clima quente de Fevereiro.
No domingo, 27, o “Bloco dos Farofeiro com Afoxé Ita Lemi Sinavuru, Bloco Nação Ogan, DJ Me Gusta, DJ Will Love. Na segunda, 28, o “Furdunço” com Orquestra Aerofônica, DJ Me Gusta, Arthur Espíndola, Júlia Passos e Bateria Show da Bole Bole.
Na segunda-feira de carnaval o Bloco Nosso Tom se apresenta no Quintal acompanhado de Bino e Guilherme Menezes.
Na terça-feira, 1, terá o Bloco Elka, na Cabôca, com Arthur Espindola, Sambloco, Bateria do Bole Bole, Empolga às 9h.
Ananindeua
Esse ano Eloy Iglesias vai para o município de Ananindeua para fazer o carnaval. No dia 25, está marcada a live do Carnanideua com Mizerê, Carlinhos Macarrão, Marisa Black, Markinho OS, Marta Mariana, Plínio do Cavaco, Serginho Nóbrega, Steve pegada do Axé, Swing do Panda.
“O carnaval e a única forma do povo fazer a terapia ou revolução e mostrar sua felicidade ,sua indignação, sua fantasia e gera uma fonte de renda que beneficia comunidades pessoas principalmente nesse momento de crise onde que mais sofre são os mais pobres”, reflete Eloy sobre a manifestação popular.
Em Portugal vai ter carnaval
O Liberal tem correspondente em Portugal. Neste final de semana, após dois anos de pausa por conta da pandemia da Covid-19, o bloco de carnaval Colombina Clandestina, que desde 2017 aposta na expressão popular e no ativismo voltado a causas sociais como a igualdade de gêneros e a diversidade, sairá no sábado, 26, às 13h, em cortejo pelas ruas de Lisboa. A concentração será no Panteão Nacional. Após, às 18h, no prédio onde funciona a 'Voz do Operário', haverá o baile de carnaval do bloco.
No domingo, 27, será a vez do bloco de carnaval Bué Tolo reunir a população. O bloco se apresentará em um bar chamado ‘Boteco da Dri’, localizado no Cais do Sodré, em Lisboa. A festa terá início às 12h e tem previsão de término só às 00h. Um dos idealizadores do bloco é Leonardo Mesquita, um carioca da gema que também ajudou a fundar o bloco Empolga às Nove, do Rio de Janeiro.
Apesar de não ter carnaval em Belém, Presidente da Fumbel fala de ações culturais para os próximos meses
Michel Pinho diz que mesmo não ocorrendo o carnaval no período normal, a prefeitura de Belém está preparando a Bienal das Artes para o segundo semestre, mês de setembro. A programação conta com as escolas de samba carnavalescas, grupos de afoxés e demais atividades carnavalescas.
A Bienal tem um ponto específico que inicia em setembro e vai até a primeira quinzena de outubro, como forma de incluir o período do Círio de Nazaré. A Bienal é das Artes e não apenas da música, por isso ela engloba diversos editais nos mais diversos segmentos. “Já está quase pronto o edital da dança, do hip hop e do teatro. Estamos matutando os editais para as artes visuais e para a música”, explica Michel Pinho.
Ele acrescenta que é possível perceber que vai ter uma quantidade significativa de premiados e que a população poderá usufruir deste bem artístico de forma gratuita. A programação vai ocorrer em locais espalhados pela cidade de Belém. Em espaços públicos da Fumbel, em Outeiro, Cotijuba, Mosqueiro, em Icoaraci, no Memorial dos Povos, na Aldeia Cabana, nas praças. A ideia é que ocorra uma descentralização dos serviços de cultura de Belém.
O presidente da Fumbel também falou sobre a Casa Bruno de Menezes, pois de maneira significativa o modernismo brasileiro não nasce necessariamente com a Semana de Arte Moderna e não nasce necessariamente em São Paulo, pois autores paraenses já compensavam essa nacionalidade com a identificação de critérios de uma visão mais popular.
“A casa irradia esse pensamento de valorização nacional, de valorização do batuque, com as nossas cores e nossos gostos. Então é neste sentido que essa casa vai se transformar como um memorial, uma casa museu, onde a gente possa ter não só a iconografia, os livros, mas também uma biblioteca que as pessoas possam acessar, uma literatura produzida em Belém”, explica o presidente da Fumbel.
A Fumbel também já está planejando o São João e adianta que será o maior São João dos últimos anos, em Belém. A ideia é voltar com a programação dos pássaros juninos e outra informação importante é que será na Praça Waldemar Henrique. “É uma forma de não só dar utilidade à própria praça, mas também fazer a utilização da concha acústica, que ficou esquecida”, destaca o presidente da Fumbel.
Michel Pinho diz que outras ações estão sendo programadas pela Fumbel, mas que elas serão divulgadas em outro momento.
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