República de Emaús exibe show na web com 'crias' da instituição e famosos

No setlist estão Jackson e Zé Victor, Banda de Emaús, Keila, Kim Marques, Edilson Moreno, Warilou e Lamazon.

Enize Vidigal
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O Movimento República de Emaús promove nesta sexta-feira, 31, uma live musical em homenagem ao Padre Bruno Secchi, fundador da entidade que faleceu há dois meses. Os talentos lapidados nos cursos de musicalização do movimento irão se apresentar: a dupla de irmãos Jackson e Zé Victor, de 17 e 15 anos, que há dois anos trilham carreira no sertanejo e arrocha em Belém, e 20 meninos e meninas da Banda “Musicalizando Direitos”, com repertório de MPB.

Ainda, artistas consagrados também farão parte do show: Keila (ex-Gang do Eletro), Kim Marques, Edilson Moreno e bandas Warilou e Lamazon. A transmissão inicia às 16 horas pelos perfis do movimento no Youtube e Facebook.

A Cidade de Emaús, onde funciona sede do projeto social que atende 600 crianças e adolescentes com cursos de esporte, musicalização e profissionalização, no bairro do Bengui, já está com o palco armado para a transmissão da live de quatro horas de transmissão. A homenagem a Bruno Secchi integra a campanha solidária de arrecadação em favor do movimento, bem como a celebração pelos 50 anos do projeto, que faz aniversário no próximo dia 12 de outubro. A live tem o apoio da Secretaria de Cultura do governo do estado (Secult).

Jackson e Zé Victor começaram a cantar juntos ainda crianças, numa festa paroquial do bairro em que moram, no Tapanã, há dez anos. A dupla se profissionalizou no curso de canto do Movimento República de Emaús e em curso de teatro da Fundação Curro Velho e lançou a carreira em 2018, com show no Teatro Waldemar Henrique, que teve o apoio de Salomão Habib. Após essa experiência fizeram eventos particulares, shows no Centur e trio elétrico, além de novo espetáculo no mesmo teatro em 2019, entre outros.

Para esta live, Jackson antecipa que os irmãos irão cantar sucessos do arrocha e do sertanejo, incluindo a música autoral “Eu que Lute”, feita em parceria com a mãe deles, Jak Vilhena. “Vamos fazer a homenagem ao Padre Bruno com a música ‘A Tempestade Vai Passar’, do padre Reginaldo Manzotti, porque ele (Bruno) falava muito de esperança”. A dupla será acompanhada por músicos de guitarra, bateria e teclado.

“A nossa expectativa é atingir todos os públicos (com essa live), com música para todas as idades, de crianças a idosos, sem letras de duplo sentido, mas pra família toda. A gente tá muito feliz de fazer parte da live do Movimento República de Emaús, que fez parte da nossa formação, apesar da tristeza de não termos mais o Padre Bruno entre nós”, declara ZéVictor.

image Banda Musicalizando Direitos (Divulgação)

A coordenadora das atividades sociopedagógicas do movimento, Cleice Maciel, detalha que a banda “Musicalizando Direitos”, também conhecida como Banda de Emaús, reúne os alunos que se destacam nos cursos de violão, violino, guitarra, flauta doce, bateria e percussão, sob a regência do professor William Raiol. O repertório traz clássicos da MPB voltados à reflexão sobre o tema dos Direitos Humanos, como Cazuza, Gonzaguinha, Milton Nascimento e Chico Buarque.

Os cursos de musicalização de Emaús completaram dez anos em 2019, sendo realizados em parceria com a Fundação Carlos Gomes, do governo do estado, e recursos repassados pelo projeto Criança Esperança, da Globo. Mas, este ano, teve que assumir os gastos para manter a continuidade das atividades, conforme explica o coordenador de Sustentabilidade do movimento, Zé Maria Dias.

Trajetória de credibilidade

O Movimento República de Emaús surgiu a partir de um grupo de jovens, sob a coordenação do Padre Bruno Secchi, que, inicialmente, queria proporcionar oportunidades às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que frequentavam o Ver-o-Peso. O projeto de solidariedade cresceu e conquistou a credibilidade social ao contribuir para mudar a vida de muitos pequenos com novas oportunidades de aprendizado e suporte educativo, cultural, social e jurídico.

Uma das atividades mais conhecidas do movimento é a Grande Coleta, que costuma ser realizada anualmente com a doação de materiais diversos, que são recuperados e vendidos numa feira a preços populares. Este ano, a atividade que serve como principal fonte de renda de Emaús, foi suspensa devido à pandemia pelo novo coronavírus. O próprio Bruno Secchi decidiu lançar a campanha de arrecadação em março para a manutenção das atividades.

Além dos cursos de esporte, musicalização e profissional prestado a 600 crianças e adolescentes, outras 100 crianças e adolescentes vítimas de violência recebem atendimento jurídico no Centro de Defesa do Adolescente (Cedeca-Emaús) e, ainda, as famílias delas, o que envolve cerca de 3 mil pessoas, recebem encaminhamentos a redes parceiras de assistência social.

“Precisamos da campanha para termos recursos aos projetos e o salário dos 32 funcionários e 10 estagiários”, conta Zé Maria. Atualmente, existe a opção de doação direto às contas bancárias do Movimento Emaús e também de se tornar um sócio solidário com a contribuição mensal de R$ 30 por meio de boleto, desconto em contracheque do funcionalismo público estadual e débito em conta do Banco do Brasil.

“O padre Bruno não estava mais administrativamente, formalmente à frente do movimento, mas estava sempre à frente informalmente, participando das decisões como conselheiro. Estamos tentando suprir a falta dele nos reunindo, resgatando informações sobre a vivência que as pessoas tiveram com ele, resgatando os pensamentos que ele deixou escritos em cartas e e-mails, que nos servem de norte. Ele escrevia muitas reflexões”, conta Zé Maria.

Como doar:

Movimento República de Emaús, CNPJ 63.886.558-0001-50, Banco do Brasil, agência 1686-1 e conta 728.749-6 ou ainda pelo Banpará, agência 24, conta 301.121-6

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