Com turnê 'Demorou Pra Ser', banda Vanguart retorna a Belém após cinco anos
Grupo natural de Cuiabá (MT) se apresenta na capital neste sábado (3), no teatro Estação Gasômetro

A Vanguart está de volta! Após cinco anos, desde o último encontro com os fãs paraenses, o grupo mato-grossense formado por Helio Flanders e Reginaldo Lincoln retorna à capital paraense. Neste sábado (3), os artistas apresentam a turnê “Demorou Pra Ser” no teatro Estação Gasômetro, a partir das 20 horas.
VEJA MAIS
Com turnê pelo Brasil desde agosto do ano passado, a dupla está animado com o retorno à Cidade das Mangueiras. Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, Helio Flanders disse que os shows na capital paraense têm uma energia diferente e um público apaixonado.
“Estamos muito animados e, desde que a nova turnê começou, estamos com Belém na cabeça tanto por ter sido o nosso último show pré-pandemia, tanto pelo fato de que os shows por aí são sempre especiais. Sempre cheio de calor e com uma resposta muito amorosa do público. Nessa turnê, era obrigatório passar por Belém e estamos muito felizes com o retorno”, conta.
O retorno aos palcos, desde 2024, foi uma sensação indescritível, segundo Helio. O vocalista diz que o sentimento foi como voltar aos primeiros dias da banda. Agora, ele diz que sente mais vigor do que jamais sentiu no palco antes. Este novo ciclo de apresentações com “Demorou Pra Ser” marca um novo ciclo, uma comemoração a mais de duas décadas de estrada da Vanguart, uma das primeiras bandas na cena folk brasileira.
A última vez em que a banda mato-grossense esteve em Belém foi em março de 2020, no mesmo local em que se apresentarão neste sábado. Pouco tempo depois, a pandemia da covid-19 foi decretada e a banda precisou trabalhar em um novo formato. Naquele período, mesmo distantes, eles produziram dois álbuns: Intervenção Lunar (2021) e Oceano Rubi (2022).
“Foram álbuns muito diferentes, feitos praticamente via WhatsApp. Reginaldo mandava composições prontas ou inacabadas para eu terminar, e vice versa. Depois de vacinados, começamos a nos encontrar em um quintal, com certo distanciamento para ensaiar e arranjar as músicas, e só aí fomos pro estúdio. Hoje ouço os discos e vejo uma angústia neles, mas vejo também uma beleza peculiar, como uma lagarta que está no casulo, mas já vendo as asas nascerem lentamente - eu tinha uma esperança dentro de mim que aquela época sombria passaria e vislumbrava o horizonte imaginando um cenário alegre, que é o que está acontecendo hoje”, relembra o artista.
Carinho dos fãs
Helio conta ele e Reginaldo têm sorte e se sentem muito amados pelos fãs. Para Flanders, o motivo de todo esse afeto pode ser resultado dos sentimentos humanos e verdadeiros presentes nas composições da banda.
“Nossa escrita é muito pessoal. As letras são cheias de sentimentos positivos e negativos, contradições, falhas. Carregamos coisas boas e ruins dentro de nós, como todas as pessoas, e escancaramos. Amamos demais, sofremos demais, bebemos demais (risos). Inclusive, outro dia um fã de Belém me escreveu: ‘Égua, quando chove na cidade eu lembro de você, assim fica difícil, Vanguart!’, em referência a nossa música ‘Demorou Pra Ser’, que tem esse verso, mencionando a chuva das 16h de Belém (risos).”
Canções marcantes
Assim como alguns fãs paraenses têm uma relação especial com “Demorou Pra Ser”, a banda também carrega um sentimento bonito pela canção. Além desta, outras canções que marcaram a trajetória e mexem sentimentalmente com o público nos shows, emocionam Helio e Reginaldo.
“Acho que cada época carrega uma canção em especial. ‘Semáforo’, por ter sido a primeira canção que nos levou a um público maior, aí tem ‘Nessa Cidade’, que retrata nossa fase mais dramática e ficou muito marcada por ter sido a primeira com o trompete. Depois, tem a nossa fase amorzinho com ‘Demorou Pra Ser’ e ‘Meu Sol’, que sempre nos emocionam, pois o público costuma cantá-las muito alto. A dos últimos álbuns eu sempre me emociono cantando ‘Sente’, que acabou sendo um espelho da época da pandemia, pois fala sobre saudade e reencontro”, diz Helio.
Sobre a turnê
Helio e Reginaldo prometem uma retrospectiva dos álbuns lançados ao longo da carreira. Durante as apresentações, os fãs têm a oportunidade de reviver clássicos como "Meu Sol" e "Demorou pra Ser", além de desfrutar de novas composições do grupo, incluindo as produções feitas durante o período de isolamento social.
“[Em Belém, vamos levar o melhor que temos, as canções favoritas do público, que por sorte, também são as nossas. O que posso garantir é que haverá canções de todos os álbuns! Éeeegua!.”
Parceria com Takai e novos projetos
A Vanguart gravou em 2024 uma nova versão de “Demorou Pra Ser”, agora com a participação da cantora Fernanda Takai. Helio conta que a parceria surgiu a partir do desejo de um novo arranjo para essa música.
“Sempre tive a voz da Takai como uma das mais bonitas do Brasil, e ela tem uma coisa única, que é uma delicadeza implícita no modo de cantar. Se eu fosse um bebê, gostaria de ser ninado pela voz dela (risos). como ‘Demorou Pra Ser’ é uma canção de zelo, de cuidado, de um amor delicado, veio a ideia de chamá-la. Ficamos muito felizes e orgulhosos, e ela foi excepcional na gravação”, diz o cantor.
Para 2025, ele e Reginaldo preparam um novo projeto para os fãs. Atualmente, os dois estão trabalhando na pré-produção de um novo álbum que sai ainda este ano e será gravado em junho. As canções prometem surpreender o público e são inspiradas em tudo o que está no dia a dia dos cantores.
“Meus sentimentos, uma coisa bonita que vejo na rua, alguma cena de um filme, os livros que eu leio. Eu tenho o hábito de colocar para gravar e sair cantando, então, às vezes acredito que não tenho tanta autonomia sobre o que vou cantar. Eu fecho os olhos e alguém canta dentro de mim.”
Serviço:
- Turnê "Demorou Pra Ser";
- Quando: sábado (3);
- Onde: Teatro Estação Gasômetro;
- Endereço: Av. Gov Magalhães Barata, 830;
- Horário: 20 horas;
- Ingressos: https://articket.com.br/e/3422/vanguart-demorou-pra-ser-belem.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA