Morre o empresário Salomão Casseb, proprietário do bar Nosso Recanto

Apaixonado por música, ele mantinha um acervo com mais de quatro mil vinis

Vito Gemaque
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Salomão Casseb, proprietário de um dos mais tradicionais bares da Praça do Carmo, o Nosso Recanto, faleceu na manhã deste domingo (30) em Belém. O local, além de reduto de amantes da boêmia, era conhecido por permitir aos frequentadores que selecionassem e ouvissem as músicas de sua preferência entre os mais de quatro mil discos de vinil que ele colecionava. Salomão faleceu em decorrência de problemas cardíacos depois de dois meses internados no Hospital Beneficente Portuguesa, por conta de diabetes. O enterro aconteceu na tarde de hoje.

O bar também foi ponto de encontro de tradicionais eventos culturais, como os blocos de carnaval da Cidade Velha e o Arraial do Pavulagem. Um grupo de amigos de Salomão está se organizando para prestar uma homenagem na segunda quinzena de janeiro.

Segundo o amigo pessoal e advogado José Maria Vieira, a perda é muito grande não só para o bairro da Cidade Velha como para a cena cultural da capital. “O acervo de músicas e discos de vinil, que seguramente chegam a mais de quatro mil, tem raridades como discos de cera que tocam em outras rotações. Quem frequentou a Praça do Carmo sabe que a característica do local era a música, e do tipo que não tocava em qualquer lugar. Eram registros culturais bem antigos”, relembra.

José Maria chegou a defender os proprietários de processos abertos no Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e na Delegacia Especializada em Meio Ambiente (Dema) por poluição sonora. Segundo ele, Salomão enfrentava uma verdadeira “perseguição” por parte de pessoas da vizinhança, o que quase levou o negócio à falência. “Desafio qualquer pessoa a ir naquele bar. Ele tem uma caixa de saída de áudio, cujo som você não consegue ouvir se estiver no meio da praça. Ali são todos vizinhos comerciais que não atuam pela parte da noite. É inexplicável que alguém da Cidade Velha conteste a importância deste cara”, enfatiza.

A perda de Salomão repercutiu também entre entidades ligadas ao movimento cultural de Belém. "Há muito tempo que sentíamos falta dele andando entre as mesas na praça ou sentado ali na porta do bar. Seu Salomão (Casseb), o proprietário, um grande amante da boa música, grande colecionador de vinis, que sempre nos proporcionou grandes trilhas para os embalos de sexta ou sábado à noite", lamentou a página do Circular no Facebook. 

A viúva de Salomão, Ione Casseb, deverá manter o espaço mesmo com as dificuldades. De acordo com o advogado, nos últimos anos a Prefeitura Municipal de Belém por diversas vezes proibiu a utilização da praça para acomodação de mesas e cadeiras do bar, o que prejudicou a permanência de clientes. Atualmente, os proprietários tem uma licença provisória de sete meses para colocar alguns conjuntos de mesas no espaço do logradouro público.

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