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Festival Sonido 4 transforma o Mercado de Carne em palco para a arte

Evento de música instrumental e experimental leva três dias de programação gratuita à construção histórica

Lucas Costa

O Mercado de Carnes Francisco Bolonha vira palco para shows que misturam os ritmos regionais ao indie, soul music, rock, jazz e chorinho. A partir desta sexta-feira, 14, até o domingo, ocorre a quarta edição do Festival Sonido - Música Instrumental & Experimental. O evento vai reunir novos e velhos nomes da música instrumental, experimental e fora da curva do Brasil e do Pará, tudo com entrada gratuita e respeitando a capacidade do Mercado.

Assim como nas edições anteriores, além de promover a música autoral, o Sonido busca ampliar o público consumidor dessas produções. Dessa forma, os estilos instrumentais e o experimentalismo se tornam os fios condutores da experiência que o projeto se propõe a entregar ao público.

No line up deste ano o Sonido traz diversas novidades, como o pianista Amaro Freitas e o guitarrista Hugo Linns, ambos pernambucanos; o rock dos Camarones Orquestra Guitarrística (RN); o indie do grupo paulistano E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante; o experimentalismo do Duo Finlândia, formado por um argentino e um paulista; e a soul music setentista do também paulistano Black Mantra.


Tudo isso se mistura os ritmos regionais, que vão estar bem representados com a volta do Metaleiras da Amazônia, a união exclusiva dos tambores do Manari com o baixo de MG Calibre, o rock progressivo do Ultranova, o experimentalismo do Enquadro, o chorinho d'O Mercado do Choro e a festa eletro-metaleira da Orquestra Aerofônica.

O Sonido torna o Mercado de Carnes Francisco Bolonha um palco não apenas para a música. A concepção visual é do ilustrador Rodrigo Cantalício, e a programação de mapping feita na arquitetura do local, é criação da artista Roberta Carvalho.

O evento também será a estreia do grupo E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante em um palco na região Norte. O grupo é considerado uma dos mais importantes de rock indie e alternativo do Brasil, com seis anos de estrada. Também foram a primeira banda de música instrumental a se apresentar no Festival Lollapalooza no Brasil.


No show, eles revezam os instrumentos incluindo também aparelhos eletrônicos. Luccas Villela, um dos integrantes, conta que nos shows isso ocorre de uma forma muito fluida. “Veio mais da necessidade das músicas e da proposta de composição de cada um. Se eu estou tocando guitarra, por exemplo, é porque a ideia inicial da música se complementou dessa forma. É tudo de forma bem fluida e espontânea”.

A banda lançou seu primeiro álbum de estúdio no ano passado, intitulado “Fundação”. O repertório do show de Belém deve contar com composições do último lançamento, assim como canções dos EPs anteriores. “Estamos bem empolgados de tocar no Norte, é um lugar que para nós não é tão acessível, porque circular no Brasil é difícil. Estamos ansiosos ainda mais porque é um lugar histórico, vi a foto e [o Mercado] é bonito pra caramba”, diz Luccas animado.

Sobre a mistura do Sonido, Luccas acredita que será uma experiência interessante para a banda, considerando que eles tem pouco contato com os ritmos regionais do Pará. “O Sonido não coloca fronteira no trabalho, deixa todo mundo fazendo parte do mesmo caldo”, diz.

Uma das experiências musicais de mistura no Sonido será o show da banda Camarones Orquestra Guitarrística, de Natal. Eles se apresentam no primeiro dia de festival, recebendo no palco uma participação de Manoel Cordeiro, um dos precursores da lambada. O grupo instrumental traz um som que mistura rock, surf music e ska. São considerados uma das bandas instrumentais mais influentes do Brasil, com sete discos lançados.

Ana Morena, baixista da Camarones, conta que o show do Sonido será o primeiro da turnê nacional de lançamento do álbum “Surfer”. Eles voltaram recentemente de uma turnê pelos Estados Unidos, onde fizeram 12 shows por toda a costa Oeste do país.


O público de Belém também verá o encontro da banda com Manoel Cordeiro. Ana conta que a ideia de se apresentar com o musicista paraense já era antiga. “Conhecemos o Manoel através do Felipe, que é um grande amigo nosso; e o Manoel é um querido, além de ser um dos grandes nomes da guitarra que eu considero. ele é um dos grandes ‘guitar hero’ do Brasil, e já faz tempo que a gente maturava essa ideia de tocar com ele”, conta.

Com o convite para o Sonido surgiu então a ideia de pôr o plano em prática. “A gente vai tocar umas músicas nossas e uma dele. Metade do show é só a Camarones, e a outra parte é esse feat com o Manel”, explica Ana.

A baixista revela ainda que será apenas uma palinha do show com o guitarrista paraense, e planejam dar continuidade ao projeto no futuro. A banda já está habituada ao público paraense, e já se apresentaram por aqui outras vezes, no Festival Se Rasgum e Mojo Festival.

A festa continua na Kasa Koentro

Seguindo uma tradição criada nas últimas duas edições do Sonido, a programação se estende pela noite após os shows no Mercado de Carnes com mais apresentações que seguem o formato do Festival (música instrumental) e DJs.

Estas festas ocorrem na nova localização da Kasa Koentro (José Malcher, nº 1084), que receberá duas noites de festa que marcam dois lançamentos musicais direto do forno para o público. Para as festas da Kasa Koentro, os ingressos custam R$ 15.

Agende-se:
Festival Sonido 4 – Música Instrumental & Experimental
Data: 14, 15 e 16 de junho, a partir das 18h30 (abertura de portões)
Local: Mercado de Carnes Francisco Bolonha (Av. Blvd. Castilhos França, s/n), em frente ao Solar da Beira
Entrada gratuita

Música